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Para secretário, Fundo Soberano é insuficiente

'É necessário tomar medidas simultâneas a esta ou o câmbio não reage', diz Welber Barral, do Comércio Exterior

Por Roberta Scrivano
Atualização:

O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, afirmou ontem que a tentativa do Banco Central de controlar o câmbio por meio do Fundo Soberano "é positiva, mas pouco efetiva". "Só isso não é suficiente. É necessário tomar medidas simultâneas a esta ou o câmbio não reage."Barral participou do seminário "O Crescimento no Comércio Exterior" promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (Abracex) em São Paulo. A forte valorização do real diante das outras moedas foi duramente criticada por Roberto Segatto, presidente da Abracex. "Esse é o maior problema que enfrentamos hoje", afirmou. Ele reforçou que muitas indústrias têm deixado de produzir algumas peças em suas unidades fabris porque sai mais barato importá-las.Outros entraves. Barral pontuou outros três entraves para o desenvolvimento das exportações nacionais. O primeiro é a falta de infraestrutura. "Sem boas rodovias, portos e hidrovias há atraso nas entregas, o que prejudica o comércio."O segundo gargalo, segundo Barral, é a tributação dos produtos exportados. "O nosso sistema pune quem trabalha, quem exporta. A reforma tributária precisa sair logo."O terceiro problema apontado pelo secretário é o excesso de burocracia, que "custa, toma tempo e tira a competitividade dos produtos brasileiros".Segatto, da Abracex, pediu a Barral a formação de uma força-tarefa no Ministério do Desenvolvimento para impulsionar a participação dos micro e pequenos empresários nas exportações nacionais."O principal problema dos pequenos exportadores é a falta de financiamento. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por exemplo, só auxilia grandes conglomerados", criticou.

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