Comemorada no âmbito doméstico, a estimativa do Banco Central de que o Brasil já possa ser credor negativo em mais de US$ 4 bilhões, divulgada nesta quinta-feira, 21, foi recebida como notícia velha pela diretora de rating soberano da Standard & Poor's, Lisa Schineller. "O Brasil como credor já está incorporado em nossas análises. Mas pela nossa definição, o Brasil ainda não é credor externo, embora já esteja bem próximo de ter dívida externa negativa", avaliou Lisa, de Nova York, em entrevista à Agência Estado, sem informar quais são os números das projeções da S&P. Em entrevista na quarta, diante de rumores de upgrade do Brasil por uma das agências de classificação de risco, Lisa disse à AE que o grau de investimento poderia vir num prazo de seis meses a dois anos. Nesta quinta, ela afirmou que a notícia do Brasil como credor por si só não altera essa perspectiva. "Essa notícia não faz diferença (para S&P)", comentou. O rating soberano do Brasil foi elevado para BB+ para moeda estrangeira com perspectiva (outlook) positiva em maio de 2007. Lisa frisou que desde 2003 a S&P tomou "sete ações positivas" em relação ao Brasil, referindo-se aos upgrades e mudanças de outlook.