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Para Skaf, faltou ao PAC ênfase maior no controle dos gastos

Presidente da Fiesp ressaltou, porém, o aumento no investimento como positivo

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou nesta segunda-feira que faltou ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) "uma ênfase maior no controle dos gastos públicos". Skaf ressaltou, porém, que o programa é muito amplo e positivo, com foco em aumento de investimentos públicos e investimentos em infra-estrutura, além de promover desonerações que possibilitarão um crescimento mais forte da economia brasileira. Skaf comemorou a sinalização do ministro da Fazenda Guido Mantega, durante o anúncio do PAC, de que o governo começa a levar em consideração atingir a meta de superávit nominal. "Finalmente o governo fala disso. O que interessa é superávit nominal. O que interessa é pagar todas as contas. Os juros são gastos também." Skaf disse ainda o Comitê de Política Monetária (Copom) deve promover uma queda contínua de 0,5 pontos porcentuais da taxa básica de juros em todas reuniões desse ano para que a Selic chegue ao final do ano em torno de 9% nominais. "Nas primeiras reuniões, até para dar um tom e uma sinalização (de que o governo pretende manter a trajetória de queda dos juros), seria positivo", afirmou Skaf. O presidente da Fiesp disse, ainda, que a ampliação do crédito anunciada no PAC ficou restrita às pessoas físicas. "Para as pessoas jurídicas não houve ampliação nenhuma de crédito, ao contrário, o crédito continua muito pequeno", declarou, acrescentando que não houveram medidas também sobre spread e compulsórios. Skaf disse ainda que "o PAC é um programa com foco no crescimento, é positivo". "Agora se tem um projeto voltado para o crescimento",salientou Skaf, afirmando que alguns dos pontos apresentados pelo governo foram sugeridos pela entidade ao longo dos últimos meses. Reformas O presidente Fiesp afirmou também que toda sociedade deve ser consultada sobre a reforma tributária. "Com todo respeito aos governadores, toda sociedade, que paga seus impostos, deve ser ouvida sobre a reforma tributária. Nós não abrimos mão de participar das discussões da reforma tributária, que deve ser uma reforma que desonere, simplifique e agilize", disse Skaf, em relação ao governo que anunciou a discussão do tema apenas com os governadores. "Estranho o governo se referir apenas aos governadores e não chamar a sociedade civil para o debate", declarou. Empresários ligados à Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústria de Base (Abdib) gostaram dos planos apresentados pelo governo para a infra-estrutura até 2010, anunciados pela ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. Salientam ainda que a entidade apresentou um plano similar ao governo, mas que seria para um período de 100 dias. A entidade, segundo seus dirigentes, não abrem mão das reformas essenciais para o País, que envolve até as reformas política e tributária. Um estudo feito pela Abdib mostrou que, em 2006, o setor de infra-estrutura recebeu, aproximadamente, R$ 65,7 bilhões na expansão e modernização de sistemas em energia elétrica, petróleo e gás, telecomunicações, transporte e saneamento básico. O volume apurado até o momento, se confirmado, será 13% maior que em 2005, quando o setor recebeu R$ 58 bilhões, mas somente 75% do montante necessário por ano (R$ 87,7 bilhões). ´Esperar para ver´ O presidente da Associação de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Rogelio Golfarb, comentou que é sempre positivo quando o governo anuncia medidas mirando a aceleração do crescimento econômico. Segundo ele, isto vem ao encontro do que defendem os empresários. Golfarb ponderou, no entanto, que apesar de se considerar um otimista, o setor produtivo quer esperar para ver se realmente as medidas sairão do papel. "Sempre tem uma burocracia natural neste programa. Mas eu não sou cético. Temos que esperar para ver", disse ele. O presidente da Anfavea defendeu, no entanto, a continuidade de redução da taxa de juros no País e da redução do peso da carga tributária. Apontou a presença de tributos na cadeia produtiva, como a CPMF, como um dos obstáculos ao crescimento das exportações Brasileiras. "No setor automotivo, por exemplo, os nossos competidores mundiais não pagam CPMF", disse. Avaliação positiva O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), Paulo Safady Simão, afirmou que o grande diferencial entre o PAC e outros pacotes de medidas governamentais é a criação do Conselho Gestor, anunciada por Dilma. O Conselho vai centralizar a colocação do PAC em prática. Segundo Simão, a criação desse órgão mostra que toda a estrutura do governo terá que convergir para as metas do PAC. O presidente da companhia aérea Gol, Constantino Oliveira Júnior, afirmou há pouco que as medidas do PAC vão permitir o desenvolvimento da economia, mas preferiu não se arriscar a mencionar um índice de crescimento. O governo prevê 5% ao ano. "Para nós, empreendedores, ver o governo tomando atitudes voltadas para mais investimentos e redução do peso do Estado (do ponto de vista tributário) é muito importante, porque isso mostra uma intenção de fazer o País dar certo", afirmou Oliveira Júnior. O presidente do Conselho de Administração do Grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, afirmou que a sociedade e o Congresso Nacional devem apoiar as medidas anunciadas pelo governo para que tenham impacto na economia o mais rapidamente possível. "Quanto mais rápida for a execução do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mais rápido teremos os resultados", disse Gerdau.

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