PUBLICIDADE

Publicidade

Para Temer, Petrobrás agiu com responsabilidade

Governo fez questão de afirmar, como forma de marcar diferença em relação à gestão Dilma, que decisão de baixar preço foi da Petrobrás

Foto do author Vera Rosa
Por Vera Rosa
Atualização:

BRASÍLIA - O anúncio da Petrobrás de redução dos preços dos combustíveis provocou uma onda de otimismo no Palácio do Planalto, por ser mais um dos sinais emitidos para ajudar o Banco Central a baixar a taxa de juros, hoje em 14,25% ao ano. O sonho do governo é que a Selic caia um ponto até dezembro, encerrando 2016 em 13,25%, mas auxiliares de Temer não falam publicamente sobre o assunto, sob a alegação de que o Banco Central tem autonomia para decidir.

O presidente MichelTemer Foto: Beto Barata|PR

PUBLICIDADE

“A Petrobrás baixou os preços dos combustíveis com responsabilidade. Com seriedade, recobraremos a credibilidade no plano internacional”, postou o presidente Michel Temer no Twitter. O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, telefonou na terça-feira, de Londres, para o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. De acordo com relato da conversa obtido pelo Estado, Parente disse a Padilha que percebia, no mercado internacional, condições para um abatimento no preço dos combustíveis.

Temer foi imediatamente informado da avaliação. Argumentou que, se fosse possível baixar o preço, haveria reflexo positivo sobre o custo Brasil, mas que a palavra final deveria ser da Petrobrás. O governo insiste em dizer que não participa da definição do preço de combustíveis. É mais um dos pontos em que Temer aposta para marcar diferença com a gestão de Dilma Rousseff.

“Não há dúvidas de que, nesse caso específico, a decisão é favorável do ponto de vista da inflação, mas isso é uma decisão clara da Petrobrás e autônoma. Essa é uma das características dessa política econômica: respeitar a realidade. A Petrobrás tem de seguir a sua política de uma empresa que tem responsabilidade com os seus acionistas e com o País, sendo uma empresa viável que cumpre as suas obrigações”, disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. 

Nos bastidores, auxiliares do presidente dizem já haver condições para a queda dos juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que será realizada na terça-feira e na quarta-feira. Além do recuo da inflação em setembro – o IPCA ficou em 0,08% –, eles afirmam que a aprovação, em primeiro turno, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) número 241 pela Câmara, criando limites para o aumento dos gastos públicos, é outro sinal de que a política monetária pode ser menos dura, para a retomada do crescimento. / COLABORARAM EDUARDO RODRIGUES E RAFAEL MORAES MOURA

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.