Para tentar barrar mais despesas, governo deve rever meta fiscal de 2022 para déficit de R$ 130 bi

Redução da meta, que atualmente autoriza um rombo de até R$ 170,5 bilhões no ano que vem, é tentativa da equipe econômica de barrar a ampliação de benefícios para a baixa renda fora do teto de gastos

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Por Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli
1 min de leitura

BRASÍLIA - A equipe econômica acertou com a ala política do governo Jair Bolsonaro a redução no rombo autorizado pela meta fiscal para 2022, para um déficit de cerca R$ 130 bilhões.

A meta de resultado primário das contas públicas é resultado da diferença entre despesas e receitas, sem considerar os gastos com o pagamento dos juros da dívida pública. A meta para 2022 autoriza um rombo de até R$ 170,5 bilhões, embora a proposta de Orçamento tenha sido enviada com um déficit menor, de R$ 49,6 bilhões.

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A redução da meta é uma medida de contenção de danos para tentar barrar o impulso de ampliar as despesas com o pagamento dos auxílios para a população de baixa renda fora do limite teto de gastos (a regra que impede o crescimento das despesas acima da inflação). 

A equipe econômica acertou com a ala política do governo Jair Bolsonaro a redução no rombo autorizado pela meta fiscal para 2022. Foto: Washington da Costa/ME

É que a meta fiscal contabiliza os gastos maiores com o Auxílio Brasil (substituto do Bolsa Família), independentemente de estarem fora ou dentro do teto de gastos.

Com a meta menor, ficará, em tese, mais difícil ampliar os gastos fora do teto. A pressão continua para deixar todas as despesas com o auxílio fora do teto de gastos.

Para garantir um benefício total de R$ 400 à população de baixa renda em 2022, ano de eleição, a equipe econômica prevê uma despesa de R$ 30 bilhões fora do teto de gastos. O arranjo final acertado pelo presidente Jair Bolsonaro prevê um gasto total com benefícios sociais (Auxílio Brasil e parcelas temporárias) de cerca de R$ 90 bilhões.

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