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Para vice, aumento do juro não é eficaz no combate à inflação

José Alencar diz que BC pode adotar a taxa que quiser, que não vai conseguir conter a alta do petróleo

Por Renata Veríssimo e da Agência Estado
Atualização:

O vice-presidente da República, José Alencar, reafirmou nesta quarta-feira, 24, que não apóia a decisão do Banco Central de aumentar as taxas de juros como instrumento de combate à inflação. "Acho que o problema da inflação no Brasil deve ser conduzido como o presidente Lula tem feito, com intransigência. Mas isso não significa que nós estejamos de acordo que as taxas de juros sejam capazes de combatê-la. Do contrário nós teríamos inflação muito inferior a da Europa e a dos Estados Unidos. E não é assim. Então, não tem sentido o que estamos fazendo em relação a taxas de juros", afirmou. Veja também: Entenda os principais índices de inflação  Entenda a crise dos alimentos  José Alencar disse que o Banco Central pode adotar a taxa de juros que quiser, que não vai conseguir conter, por exemplo, a alta do preço do petróleo. O vice-presidente participa nesta quarta do III Seminário Internacional sobre Federalismo e Desenvolvimento, promovido pela Associação Brasileira de Municípios. Ao ser questionado sobre o possível reajuste do Bolsa Família, Alencar disse que era preciso evitar a volta da indexação. Segundo ele, foi justamente o fim da indexação um dos fatores mais preponderantes no combate à inflação. "Se não for possível evitar, que venha. Mas não podemos voltar a praticar a indexação como uma norma posta", disse. Segundo ele, a indexação admite mais inflação. Por isso, para o vice-presidente, mais importante que o reajuste é evitar a volta da inflação. Pouco antes, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que o presidente Lula sinalizou que gostaria que houvesse um reajuste do Bolsa Família este ano. O reajuste pode ser de 6%, que corresponde ao último índice de inflação dos alimentos.

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