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Para Werlang, há espaço para governo encurtar dívida

O ex-diretor do Banco Central e atualmente diretor do Banco Itaú, Sergio Werlang, disse hoje que "não tem sentido nenhum o risco Brasil estar tão alto"

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-diretor do Banco Central e atualmente diretor do Banco Itaú, Sergio Werlang, disse hoje que "não tem sentido nenhum o risco Brasil estar tão alto". Segundo ele, isso está sendo provocado "por erro do pessoal no exterior, que não entende nada de Brasil". Ele afirmou que o fato de o governo não ter colocado todos os seus títulos ofertados nos últimos leilões foi percebido como incapacidade de rolar a dívida. Para Werlang, no entanto, essa interpretação "é uma absurdo total". Segundo ele, o Brasil nunca teve dificuldade de rolar sua dívida interna, nem mesmo no fim do governo Sarney, em 89, quando Mailson da Nóbrega comandava a economia e a inflação estava altíssima. Werlang afirmou que o prazo da dívida interna atualmente está em cerca de 23 meses e "há muito espaço para encurtar". Ele disse também que, em último caso, se o próximo governo vier a ter dificuldade em manter prazos longos para rolagem da dívida, isso não significa que não conseguirá fazer a rolagem porque, em último caso, "rola no overnight". O ex-diretor do Banco Central afirmou ainda que não há fundamento nem econômico nem político para o pânico no mercado. De acordo com ele, "os programas dos candidatos estão muito melhores do que já foram e os dois principais economistas do PT, Guido Mantega e Aloizio Mercadante, têm dado declarações que mostram um programa econômico muito razoável". Ele afirmou que pelo que Mantega e Mercadante têm dito, o PT manteria superávit primário, um sistema de metas de inflação, embora modificado, e respeitaria contratos. Werlang afirmou ainda que a dívida dos brasileiros é comprada por brasileiros e os estrangeiros não entendem isso. Ele declarou também que não está havendo fuga dos investimentos em títulos para ativos reais, já que o Ibovespa está caindo. Segundo Werlang, o pânico vem do exterior, entre outros fatores, porque o yield do C-Bond está em 18% em dólar, enquanto as NTNs cambiais longas no Brasil estão rendendo cerca de 14%.

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