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Paraguaios fazem fila para comprar gás

O medo de desabastecimento, após a nacionalização de reservas estipulada por Morales, fez com que os consumidores lotassem as revendas de GLP

Por Agencia Estado
Atualização:

As revendas de gás liquefeito de petróleo (GLP) no Paraguai estão enfrentando, desde quarta-feira, enormes filas de consumidores, temerosos de que o produto venha a faltar por causa da nacionalização das reservas energéticas decretada pelo presidente boliviano Evo Morales no dia 1º. de maio. Os argentinos, segundo o governo paraguaio, estão retendo o envio do produto com medo de desabastecimento. O governo paraguaio procura tranqüilizar a população, afirmando que novas remessas do produto estão para chegar, mas diversos fornecedores anunciam que não têm mais estoque. O GLP, que abastece 49% dos lares paraguaios, é utilizado também como combustível por 25 mil veículos. A fornecedora de GLP para veículos Lovato Gás, uma das mais movimentadas de Assunção, interrompeu a comercialização do produto na quarta-feira. A engarrafadora de gás Corona está sem o produto, os estoques da Shell estão chegando ao fim e a Copesa informou que a partir de amanhã não terá mais o produto. Isso tem levado os consumidores a verdadeira peregrinação nos postos de venda. O Paraguai não utiliza o gás natural porque não possui um ramal de conexão com o gasoduto boliviano, obra que foi anunciada no mês passado pelo presidente Duarte Frutos após reunir-se com Morales, em Assunção. O gasoduto terá início em Puero Casado, no estado do Chaco. O presidente da Câmara Paraguaia de Gás (Capagas), Pedro Balotta, acusa o governo de negligência, já que o desabastecimento de gás vinha ocorrendo antes da crise desatada pela nacionalização das reservas energéticas da Bolívia. Segundo ele, se o governo não agir imediatamente, o Paraguai ficará sem o GLP a partir da semana que vem. O temor de desabastecimento do gás natural está levando a Argentina, principal fornecedor do GLP para o Paraguai, a reter, por prevenção, o embarque do GLP, interpreta a vice-ministra de Indústria e Comércio, Myriam Segovia. O Paraguai consome 7 mil toneladas mensais de GLP, e um carregamento de 1,2 mil tonelada está para ser despachado pelos argentinos. "É uma quantidade pequena, mas nos permitirá respirar", disse.

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