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Parente faz mistério sobre fim do racionamento

Por Agencia Estado
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O ministro da Casa Civil e presidente da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE), Pedro Parente, anunciou nesta quarta-feira, em Lisboa, que o nível dos reservatórios da região Sudeste superou a margem de segurança para o racionamento. "Os dados de ontem são de que os reservatórios estão com 53,31% da sua capacidade", disse Parente, durante encontro com 20 analistas portugueses de fundos que investem no Brasil. A curva de segurança só previa que os reservatórios do Sudeste atingissem mais de 50% de suas capacidades no final do mês. Parente não quis confirmar, no entanto, o anúncio do fim do racionamento na terça-feira, na reunião da GCE. "No Nordeste ainda estamos 2,76% abaixo da curva de segurança", afirmou. Parente descartou a possibilidade de manter o racionamento apenas no Nordeste: "Não creio que o fim do racionamento seja regionalizado". O encontro na capital portuguesa faz parte de uma série de outros na Europa, que teve escala em Londres e segue para Madri e Paris. Nos encontros com analistas de fundos de renda fixa, Parente está tentando atrair mais investimentos para o setor. Em Lisboa, Parente também se reuniu com o presidente da EDP, Francisco Sánchez. "É uma visita institucional, sem nenhum tema específico", disse o ministro. Sobre os rumores de que a EDP estaria interessada em ativos da Enron no Brasil, Parente disse que não sabia se estariam à venda. No entanto, questionado sobre a possibilidade de a empresa portuguesa estar interessada e ultrapassar a quota máxima de mercado permitida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ele respondeu: "Nesse caso, estamos dispostos a conversar". Parente também afirmou que o processo de "desverticalização" (divisão em empresas separadas da produção transmissão e distribuição da energia) deverá resolver conflitos no setor elétrico. "Regularizamos um quadro com muitas questões judiciais", disse. O ministro disse que não acredita que neste governo ainda haja tempo para novas privatizações. Entre as operações em vista estariam a pulverização de parte do capital de Furnas. Ele considerou ainda que a separação entre produção, transmissão e geração deve ajudar na privatização da Copel. "Com as medidas que estamos adotando se torna muito melhor para o Estado do Paraná realizar o leilão da empresa", disse.

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