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Parlamentar da UE descarta mudar regra para carne

Sete vistorias feitas por veterinários europeus ao Brasil nos últimos anos constataram falhas no modelo brasileiro

Por Fabiola Salvador e da Agência Estado
Atualização:

O presidente da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, Neil Parish, afirmou hoje que não vale a pena discutir mudanças nas regras de rastreabilidade do gado bovino exigidas pela União Européia (UE) para a compra de carne brasileira. "Nós somos os clientes e decidimos o que queremos", afirmou ele, durante debate na Comissão de Agricultura da Câmara, em Brasília. Parish lidera uma comitiva de parlamentares europeus que está no Brasil para conhecer o sistema de criação de gado de corte do País e também o modelo de produção de biocombustíveis. Ele ressaltou que as regras firmadas entre Brasil e UE devem ser respeitadas. Acrescentou que sete vistorias feitas por veterinários europeus ao Brasil nos últimos anos constataram falhas no modelo brasileiro. O parlamentar informou que o Brasil precisa criar um modelo de fiscalização do sistema de rastreabilidade. E disse que as exigências feitas ao Brasil não são tão severas quanto às aplicadas na UE. "As regras não são tão restritas como às aplicadas ao pecuarista da UE, mas de qualquer forma elas devem ser cumpridas", afirmou. Ele citou, por exemplo, que o sistema europeu prevê a identificação dos animais com uma semana de vida. A identificação é feita por meio de duas marcar auriculares. Além disso, os animais são registrados e recebem uma espécie de passaporte, documento que os acompanha durante a vida toda. "Não há abate, nem trânsito de animais, sem apresentação do passaporte. Se o animal é mandado para o abatedouro sem o passaporte ele é abatido e sua carne é jogada no lixo", disse. Ele observou que Estados Unidos, Canadá e Austrália não importam carne brasileira porque avaliaram como insuficientes as regras da rastreabilidade brasileira. O deputado Onix Lorenzoni (DEM -RS) informou durante sua apresentação inicial que o Brasil vende carne bovina para mais de 180 países e que os empresários brasileiros detêm 51% de todas plantas industriais do mundo, o que segundo ele, é um sinal de competência do empresariado nacional. O deputado comentou, ainda, que os animais são avaliados pelos fiscais do Serviço de Inspeção Federal (SIF), antes e depois do abate. E que em qualquer falta de conformidade resulta na desclassificação e destinação dos lotes para outra finalidade que não o consumo humano.

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