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Parlamento alemão aprova plano fiscal de US$ 39,6 bilhões

Pacote de estímulo à indústria sofreu críticas dentro e fora do país; europeus classificaram como insuficiente

Por NATHÁLIA FERREIRA E MARCÍLIO SOUZA
Atualização:

A Câmara Alta do Parlamento da Alemanha aprovou nesta sexta-feira, 5, um plano de estímulo fiscal do governo de 31 bilhões de euros (US$ 39,6 bilhões) para os próximos dois anos, que o governo espera estimular o investimento na indústria. A chanceler, Angela Merkel, e autoridades dos partidos de coalizão irão se reunir em 5 de janeiro para discutir qualquer medida adicional além do pacote. Veja também: Desemprego, a terceira fase da crise financeira global Entenda a disparada do dólar e seus efeitos Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  A aprovação foi dada apesar de críticas de alguns dos 16 Estados da Alemanha, representados na Câmara Alta. Eles exigiam mudanças no financiamento do plano, que pedia que os Estados assumissem cerca de 60% dos custos, enquanto o governo federal ficaria com os outros 40%. O plano também havia sido criticado por outros governos europeus como sendo insuficiente para combater a severa recessão na maior economia européia. Alguns membros dos partidos governantes pressionaram por medidas adicionais, tais como cortes tributários ou vales de consumo. O ministro das Finanças, Peer Steinbrueck, disse à Câmara Alta que o governo não irá emitir nenhum vale de consumo antes do Natal. Com o pacote de estímulo já aprovado pela Câmara Baixa ontem, o governo espera proteger 1 milhão de empregos ao fornecer incentivos para o investimento público e privado, criando as condições certas para uma rápida recuperação da economia. Projeções O Bundesbank, banco central da Alemanha, prevê que a economia do país irá contrair-se 0,8% no ano que vem, em termos ajustados ao calendário, depois de expandir esperado 1,3% este ano. Para 2010, a previsão é de crescimento de 1,1%. Em termos não ajustados ao calendário, a previsão é de expansão de 1,6% este ano, contração de 0,8% em 2009 e crescimento de 1,2% em 2010. Quanto à inflação, a autoridade monetária disse que os aumentos de preços deverão desacelerar por causa de correções para produtos de energia e alimentos. A expectativa é que a inflação se desacelere no ano que vem para 0,8%, de um índice de preços ao consumidor harmonizado de 2,8% esperado para este ano. Em 2010, o Bundesbank prevê que a inflação irá se acelerar para 1,4%. Em junho, o Bundesbank havia previsto um crescimento ajustado ao calendário de 2% para este ano e de cerca de 1,4% para 2009. Para a inflação, a previsão da autoridade na época foi de 3,0% para 2008 e de 2,2% para 2009. As informações são da Dow Jones. Indústria As encomendas à indústria da Alemanha caíram 6,1% em outubro ante setembro, em dados sazonalmente ajustados, bem pior do que a expectativa de economistas de aumento de 0,4%, segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia. As encomendas em setembro foram revisadas para recuo de 8,3%, ante queda de 8,0% estimada anteriormente. As encomendas estrangeiras declinaram 6,2%, enquanto as domésticas caíram 6,1%, informou o ministério, em comunicado. As encomendas vindas de outros países que adotam o euro foram as que mais recuaram, 7,4%, enquanto a demanda de nações fora da zona do euro caiu 5,2%. As encomendas por bens de investimento tiveram o maior declínio, de 8,2% em outubro, ao passo que as encomendas por bens de produção recuaram 4,5%. As encomendas por produtos ao consumidor sofreram menos, com queda de apenas 1,6%. Em relação a outubro do ano passado, as encomendas despencaram 17,3%, após queda revisada de 3,0% em setembro, em base anual. As informações são da Dow Jones.

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