A Arábia Saudita e outros produtores de petróleo podem concordar em aumentar a produção em um encontro emergencial das potências de energia neste fim de semana, mas as nações da Opep dizem que a especulação, e não o abastecimento, está por trás dos altos preços do produto. Riad conclamou produtores, consumidores e presidentes de grandes empresas petrolíferas para um encontro no domingo após o petróleo ter subido quase 11 dólares o barril no dia 6 de junho, alta diária recorde. O preço do produto mais do que duplicou em um ano e chegou a quase 140 dólares o barril, causando protestos de Bruxelas a Bangcoc sobre os custos recordes que ameaçam a economia mundial. A Arábia Saudita disse que irá aumentar sua produção a 9,7 milhões de barris por dia em julho. O país, que é o maior exportador de petróleo do mundo, disse que outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo que também podem aumentar rapidamente a produção discutirão essa possiibilidade, em um esforço para frear a alta do petróleo. "As políticas de curto prazo a serem discutidas incluem a proposta de que os países da Opep que têm capacidade extra devem aumentar a produção, assim como a Arábia Saudita anunciou que fará em julho", afirmou à Reuters uma importante autoridade do bloco de países exportadores de petróleo. Olhando para o longo prazo, a fonte afirmou que a Arábia Saudita avaliará a possibilidade de aumentar sua capacidade para além da meta de 12,5 milhões de barris por dia até o final do ano. Os outros dois países da Opep com capacidade extra são os Emirados Árabes Unidos e o Kuweit. Outro delegado do grupo afirmou que ainda não estava claro se essas nações aumentariam a sua produção. O ministro do Petróleo do Kuweit, Mohammad al-Olaim, disse à Reuters que não tinha planos de aumentar a produção antes das negociações, mas que consideraria essa opção após o encontro. Enquanto as nações consumidoras afirmam que o aumento de produção da Opep ajudará a acalmar os mercados, os países do grupo repetidamente culpam fatores como a especulação, o dólar enfraquecido e a instabilidade política pelo aumento nos preços. "Qualquer coisa que aumente a oferta para o mercado é importante", afirmou o secretário de Energia dos Estados Unidos, Sam Bodman, em Jedá. "Enquanto aumentos na produção de petróleo a curto prazo são bem-vindos e necessários, o mercado precisa fundamentalmente ver investimentos para aumentar a capacidade de produção a longo prazo." Mas a maior autoridade de petróleo da Líbia, Shokri Ghanem, afirmou que o mercado tinha mais petróleo do que o suficiente. "Há uma superabundância no mercado. Acreditamos que os preços estão altos, mas não devido à oferta e à demanda," afirmou, acrescentando que não espera avanços concretos no encontro de domingo. "Você não pode tomar qualquer decisão em assuntos importantes no mercado de energia em um encontro de três horas", finalizou.