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Participação no mercado de trabalho em SP é recorde

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Por Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

A proporção de pessoas incorporadas ao mercado de trabalho em relação à população total acima de 10 anos de idade, conhecida como taxa de participação, na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) atingiu 63,9% em abril, o maior patamar em toda a história da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Fundação Seade e o Dieese desde 1985. A taxa de desemprego em relação à População Economicamente Ativa (PEA) ficou em 14,2% em abril, a mais baixa para o mês desde 1995, quando estava em 13,50%. No ano seguinte, o porcentual já avançou para 15,9%. De acordo com o coordenador de análise do Dieese, Alexandre Loloian, estes números são extremamente positivos e refletem o comportamento atípico verificado pela PEA no primeiro trimestre deste ano. É que, normalmente, nos primeiros três meses o mercado de trabalho costuma "devolver" a criação de vagas do final do ano anterior, fomentada pelas festas de final de ano. "Mas, em 2008, isso não ocorreu e houve continuidade do aumento do número de vagas no período", considerou Loloian. Com essa trajetória, a PEA, que costuma apresentar alta significativa em abril, acima de 1% ante o mês anterior, apresentou uma elevação um pouco menor de 0,7%. "O não-crescimento tão forte reflete apenas o bom desempenho dos meses anteriores", disse o coordenador. Outro dado que chamou a atenção de Loloian foi o do rendimento médio real. Houve alta de 3,8% de fevereiro para março entre os ocupados e de 4,6% entre os assalariados. O melhor, segundo ele, é que o aumento não foi em um segmento específico, mas encontrou-se generalizado em toda a pesquisa. Ainda não há como garantir a tese, mas os coordenador acredita que há sinais de que o aumento esteja relacionado com a qualidade dos empregos gerados em março. Ele descartou que a elevação estivesse relacionada com o reajuste do salário mínimo no período. "O porcentual de empregados que ganham o mínimo na região metropolitana é inferior a 4%", disse. "Portanto, há pouca influência", acrescentou. Para ele, o salário só costuma registrar aumento quando a taxa de desemprego cai e as empresas começam a disputar profissionais.

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