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Passageiros da BRA ficam 3 dias retidos no Ceará

Grupo de 60 médicos não conseguiu lugar em vôos de outras companhias

Por Lauriberto Braga
Atualização:

Um grupo de 60 médicos que participava de um congresso de ginecologia em Fortaleza, no Ceará, foi prejudicado pela suspensão dos vôos da BRA. Desde o domingo, quando terminou o congresso, eles tentavam embarcar em aviões da OceanAir, TAM e Gol. Só depois de muita confusão e queixas de cancelamentos de consultas, cirurgias e partos, apareceu uma solução para o problema, no final da tarde de ontem. O grupo compareceu no domingo, segunda-feira e ontem pela manhã ao aeroporto internacional Pinto Martins. Ontem de manhã, o grupo foi informado que haveria lugar no vôo da OceanAir apenas hoje. À tarde, porém, a OceanAir anunciou que colocaria à disposição um Boeing 737 da BRA para, excepcionalmente e apenas ontem, realizar o vôo Fortaleza-Brasília da companhia, que suspendeu suas operações no dia 7. Os passageiros da OceanAir, que faz esse mesmo trecho com um Fokker-100, seriam acomodados no Boeing da BRA. Antes de o problema ser solucionado, a denúncia dos médicos foi registrada na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mas segundo o médico Jean Pociano, de nada adiantou. ''''Não tivemos ajuda em nada da Anac. As companhias aéreas fazem o que querem e estamos aqui retidos'''', reclamou. A obstetra Carla Santos, de Goiânia (GO), disse que teve que desmarcar partos e passar outros para médicos amigos. Ela tentou embarcar na segunda-feira, mas a OceanAir, segundo Carla, teria cobrado o dobro do que pagou pela passagem por um novo bilhete. No domingo, um grupo de 14 artistas paulistas com bilhetes da BRA também foi impedido de embarcar. O problema aconteceu no aeroporto de Cariri, em Juazeiro do Norte, a 540 quilômetros de Fortaleza. Depois de se apresentar no evento Cariri das Artes, os artistas só voltaram para São Paulo na segunda-feira, após protestos em frente ao balcão da OceanAir. A Anac informou que o compromisso assumido pela OceanAir era de aceitar o endosso das passagens de vôos regulares da BRA desde que houvesse disponibilidade de assentos nos seus vôos regulares. SEM VÔOS Quando suspendeu suas operações, a BRA deixou 70 mil passageiros sem vôos. Destes, 37 mil eram de vôos de fretamento, operação assumida pela OceanAir após um acordo com a BRA. Os 43 mil restantes deveriam ser acomodados, mediante disponibilidade de assentos, em vôos de outras companhias. O acordo garantiu apenas as operações de fretamento da BRA, referentes a pacotes vendidos pela empresa de turismo do grupo BRA, a PNX. Os vôos de fretamento estão sendo realizados pela OceanAir, que está custeando as operações, mas utilizando aviões e tripulação da BRA. A OceanAir afirma que, desde o início do acordo, já transportou 5 mil passageiros de vôos regulares da BRA e 10 mil de fretamento. A OceanAir divulgou um número de telefone para tirar dúvidas de passageiros de vôos regulares da BRA, mas disse que não era possível fazer reservas nem dar garantias de que o embarque aconteceria exatamente no dia e hora desejado pelo passageiro da BRA. ''''Os passageiros da BRA são acomodados mediante a disponibilidade de assentos nos vôos'''', informou a empresa. COLABORARAM CAMILLA RIGI E MARIANA BARBOSA

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