
28 de agosto de 2015 | 10h50
Segundo Pastore, o Brasil vive um momento de inflação e juros altos, com o Banco Central (BC) vivendo um dilema, tendo em vista que tem em sua frente um cenário de estagflação. Segundo ele, a queda do PIB não é uma surpresa e lembra que os indicadores antecedentes do terceiro trimestre são desanimadores e apontam ainda para um agravamento desse cenário. “O Brasil está vivendo uma recessão que se aprofunda e com uma inflação muito alta”, disse.
ESPECIAL: Por que o Brasil parou?
Inflação. Pastore disse que a permanência da inflação em elevado patamar mesmo com a taxa de juros alta leva algumas pessoas a se questionar do porque não se reduzir a taxa de juros. A obrigação do BC, de acordo com ele, é trazer a inflação para 4,5%, no entanto a inflação está alta porque "o BC enfrenta um quadro de estagflação".
"Uma convergência rápida da inflação para a meta exige uma taxa de juro real alta", disse o economista. Ocorre, de acordo com Pastore, que se elevar a inflação para o centro da meta no curto prazo exige altos custos, que traga a inflação para a meta devagar, mas traga".
Pastore disse ainda que, depois dos ajustes nos preços administrados, a inflação está acima de 16% nos últimos doze meses, mas que depois dos últimos ajustes a tendência é que seja notado um arrefecimento. Por outro lado, ele lembra que a inflação dos preços livres roda acima de 6,5% e que está, até aqui, “rodando estável”.
Pastore também vê dificuldades no mercado de trabalho. Para ele, neste ano o desemprego deverá atingir cerca de 1,5 milhão de pessoas.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.