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Paulo Levy prevê queda do preço do petróleo

Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) Paulo Levy aposta que o desaquecimento da economia mundial que vem se desenhando para o próximo ano e o prometido aumento de produção do petróleo deverão resultar na redução dos preços da commodity nos próximos meses. Mesmo assim, ele alerta que a instabilidade política nas áreas produtoras de petróleo, que provocou a explosão dos preços, ainda persiste. "Mas esse quadro começa a se reverter a partir de agora", acredita Levy. "Tanto os Estados Unidos quanto a China parecem apontar para um ritmo de crescimento mais moderado", avaliou o economista em entrevista ao Conta Corrente, da Globo News. Crescimento com estabilidade Levy acha que o Brasil vai crescer um pouco menos em 2005, mantendo, por outro lado, a inflação sob controle e com aumento do nível de emprego. "A perspectiva e de um crescimento ainda relativamente forte, com a convergência da inflação para um índice bem próximo da meta que o Banco Central esta perseguindo", estimou o diretor do Ipea. Ele frisou que a pesquisa mensal do IBGE tem mostrado que o crescimento do mercado de trabalho ainda tem se concentrado no trabalho informal e de baixa renda. "Mas a perspectiva e de que as vendas do comércio no final do ano se acelerem com aumento de emprego nessa área." Competitividade com dólar baixo O diretor do Ipea afirmou que as empresas tem aproveitado o valor baixo do dólar para se capitalizar e reduzir o próprio nível de endividamento externo. "Os coeficientes de rolagem das dividas externas tem sido bastante baixos", frisou Levy. Ele lembrou que, por outro lado, essa apreciação do real não e tão ruim para as exportações, porque, ao mesmo tempo em que o dólar se desvaloriza frente ao real, ele também tem sido depreciado em relação a outras moedas estrangeiras. Desvalorização programada Levy prevê que os déficits fiscal e comercial dos Estados Unidos devem levar a uma desvalorização ainda maior do dólar ante as demais moedas. "Se se vai fazer isso de forma ordenada e a grande incógnita", disse, referindo-se aos riscos que uma desvalorização precipitada do dólar poderia trazer para a economia mundial e, em particular, para os países emergentes. O diretor do Ipea endossou a política do Banco Central (BC) de elevar a taxa Selic. "Certamente a inflação é uma preocupação e o BC está correto em se antecipar a essas pressões e adotar a política monetária", concordou. "Até porque o crescimento está forte, então e importante manter a estabilidade."

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