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PDG protocola pedido de recuperação judicial

Incorporadora chegou a ser a maior do País em 2010 e possui cerca de R$ 5,3 bilhões de dívidas financeiras com bancos

Foto do author Circe Bonatelli
Por Marcelle Gutierrez e Circe Bonatelli (Broadcast)
Atualização:
Companhia ressalta que o ajuizamento da recuperação judicial também é necessário para a implementação do processo de reestruturação Foto: Márcio Fernandes|Estadão

A PDG protocolou o pedido de recuperação judicial com 514 empreendimentos imobiliários espalhados pelo País, conforme antecipado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O pedido foi ajuizado na 1ª vara de falências e recuperações judiciais da comarca da cidade de São Paulo.

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"A despeito de sua trajetória de sucesso e de crescimento, em virtude da grave recessão enfrentada pela economia brasileira nos últimos anos, que afetou particularmente o mercado imobiliário, o Grupo PDG tornou-se incapaz de honrar a tempo e modo sua dívida financeira, fazendo imperioso o presente pedido de recuperação judicial", informa a PDG, no documento.

Do total de débitos da PDG, de R$ 7,8 bilhões, cerca de R$ 5,3 bilhões são de dívidas financeiras com bancos – 65% referem-se a debêntures (títulos de dívida), cédulas de crédito imobiliário e capital de giro. Entre 2014 e 2016, o grupo deu início a intensas renegociações com Bradesco, Itaú Unibanco, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Votorantim para alongar boa parte dos vencimentos para 2020.

Obras paradas. A ex-líder do mercado imobiliário tem 30 empreendimentos que ainda precisam ser concluídos, que envolvem 8,2 mil apartamentos. Desse total, 14 obras estão paradas por falta de recursos, apurou a reportagem.

Até o ano passado, a PDG contabilizava 684 projetos correspondentes a mais de 146 mil unidades entregues, com presença em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Maranhão, Minas Gerais, Salvador, Pará e Amazonas) e no Distrito Federal, em mais de 70 municípios.

Em seu momento mais agudo, em novembro passado, a incorporadora decidiu contratar especialistas em empresas problemáticas. Entraram a RK Partners, de Ricardo Knoepfelmacher, conhecido como Ricardo K; e o escritório E. Munhoz, de Eduardo Munhoz. Procurados, os dois não comentam o assunto.

Sob novas diretrizes, o executivo Márcio Trigueiro, que estava à frente da empresa há pouco mais de um ano, deixou a companhia. O executivo Vladimir Kundert Ranevsky, ex-OSX, assumiu a presidência. Além das trocas na diretoria executiva, o banqueiro Gilberto Sayão, fundador da Vinci Partners (maior acionista da construtora), deixa a presidência do conselho.

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