Publicidade

PEA maior elevou desemprego em fevereiro, diz Seade

Por CARLA ARAÚJO E MARIO BRAGA
Atualização:

O aumento não habitual da População Economicamente Ativa (PEA) no mês de fevereiro foi um dos fatores que pesaram no avanço da taxa de desemprego tanto na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) como nas seis regiões avaliadas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada nesta quarta-feira, 26, pela Fundação Seade e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).Segundo o coordenador da pesquisa da Fundação Seade, Alexandre Loloian, somente na RMSP, na passagem de janeiro para fevereiro, 43 mil pessoas passaram a procurar uma ocupação, um aumento de 0,4%. No total das seis regiões metropolitanas, o aumento na PEA foi de 55 mil pessoas, ou 0,3% na comparação mensal. Com a exceção do comércio, que gerou 17 mil postos de trabalho (1,0%) na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) em fevereiro ante janeiro, todos os demais setores tiverem redução do nível de ocupação: Serviços (eliminação de 59 mil vagas ou -1,1%), Indústria de Transformação (corte de 31 mil postos ou -1,9%) e Construção (diminuição de 15 mil postos ou -2%).Loloian destacou o descolamento dos indicadores de comércio e serviços referentes ao mercado de trabalho. "Estamos virando uma nação consumidora. Parece que não se precisa produzir nada porque tudo pode ser importado", disse, em referência aos atuais padrões de consumo dos brasileiros. Ele ressalta que os estímulos pontuais do governo, especialmente para o setor automotivo, como a redução do IPI, evitaram que a situação do emprego na indústria ficasse pior. No entanto, foram os demais segmentos que eliminaram vagas e puxaram para baixo os níveis de ocupação do setor. "O governo deu incentivos à indústria Metalmecânica. Não vi medidas de proteção para a indústria têxtil, de brinquedos e manufaturados em geral", exemplificou.A expectativa, no entanto, é positiva. Com a mudança da política monetária dos Estados Unidos e o corte de estímulos à economia pelo Federal Reserve, Loloian prevê mudanças no câmbio que podem beneficiar a indústria brasileira. "Estamos na expectativa se ainda vamos ter desvalorização do real ante o dólar. Se isso acontecer, torna nossa produção industrial mais competitiva e pode aumentar as exportações e diminuir importações", afirmou. Neste cenário, haveria acréscimo da demanda dos bens manufaturados para abastecer tanto o mercado interno quanto o exterior, o que fortaleceria a indústria e consequentemente o mercado de trabalho. (

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.