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Peças sobre os meios de comunicação agradam ao público de Cannes

Por Agencia Estado
Atualização:

Os filmes publicitários que as agências de todo o mundo levaram na bagagem para divulgar produtos de comunicação, como rádios, emissoras e programas e televisão, jornais, livros e revistas, uma das 29 categorias em que os 5.059 comerciais concorrentes foram agrupados, entusiasmou a platéia que lotou as salas de exibição do Grand Palais des Festivals de Cannes. O vice-presidente de criação da Giovanni/FCB, Adilson Xavier, por exemplo, foi um dos que aplaudiu campanha da Fox Sports, criado pela TBWA de São Fransciso (EUA), que recomenda aos consumidores não comprarem nada que tem sido produzido em outubro. Motivo: todos os trabalhadores estão ligados na televisão assistindo os jogos de basquete. Por isso, um belo barco solta a direção e na cena seguinte aparece a linha de montagem atenta às cestas do time favorito. O presidente da Neogama, Alexandre Gama, também tem expectativa nessa categoria do festival, na qual concorre com comercial criado para a Sky em que um controle remoto faz o estádio girar. Tudo para mostrar que com câmeras exclusivas, a Sky oferece em diferentes ângulos as melhores imagens da Copa Japão-Coréia 2002. Já filmes criados pela W/Brasil de Washington Olivetto para a Fnac de Campinas foram muito aplaudidos pelo público. São três situações, simples e de fácil entendimento. Em todas os produtos estão nas estantes. No de livros, uma pessoa vai revirando a estante ao som de música que tem a ver com os títulos de livros que vão surgindo, o mesmo ocorre com os CDs, onde se ouve a música New York, New York, e no de DVDs, onde os sons afloram até as mãos encontrarem o filme Tubarão, de Steven Spielberg. Em todas, o som de fundo, ritmado, é o do virar de livros, CDs e DVDs. Já filme criado pela Bates Brasil para o jornal econômico Gazeta Mercantil surpreendeu pela ousadia. Para enfatizar que se trata de veículo de negócios, um executivo toma drinque num bar, paga a conta com cartão, sai com uma bela mulher e lhe paga em dinheiro vivo. Ela deposita o dinheiro no sutiã. Bussines is bussines é o objetivo da mensagem que alia a prostituição ao mundo dos negócios. Causa mal estar mais não passa em branco. Também surpreendeu o público o premiado filme criado pela Talent para O Estado de S. Paulo, onde um homem lê um jornal e ouve latidos. Não dá a mínima importância quando são fracos, ao ouvir, porém, um latido mais forte ele vai até a janela. A intenção foi a de focalizar a importância da credibilidade para um jornal. Simples e direto, toda a platéia entendeu a mensagem. O filme ganhou aplausos. O jurado brasileiro do 49º Festival Internacional de Publicidade de Cannes na categoria filmes, o ex-diretor de criação da DM9DDB Ehr Ray disse à Agência Estado que a qualidade dos filmes da categoria meios de comunicação realmente surpreendeu, além de trazer várias inovações. No ano passado, o Grand Prix do Festival Internacional de Publicidade de Cannes acabou indo para essa categoria, com campanha da Fox Sports que mostrava modalidades radicais no mundo, como um asiático que se prepara para segurar uma árvore que é derrubada e o mata. A platéia sai desapontada como desapontado fica o apresentador da modalidade. O vice-presidente da Giovanni/FCB acredita que campanha criada pela agência inglesa Abbot Mead Vickers/BBDO para a BBC 24 horas tem fortes chances de ganhar leões e até o Grand Prix. Nela o apresentador do telejornal remete à guerra, aparecem as pessoas lutando, quando ele diz que encerra o noticiário, essas pessoas se cumprimentam, os cinegrafistas aparecem, e o cenário é desmontado. Tudo para dizer que aquela notícia já ficou velha no momento mesmo em que foi veiculada e o canal tem muito mais a oferecer nas 24 horas do dia. Foi aplaudida pelo público.

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