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‘Peguei dinheiro emprestado e dei meu celular como garantia’; conheça história da crise

Sob efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus,  brasileiros tentam encontrar maneiras de atravessar a crise

Por Renato Jakitas
Atualização:

Sob efeitos da pandemia do novo coronavírus,  mais da metade dos brasileiros já sente no bolso a crise. Conheça algumas histórias de pessoas que estão passando por momentos financeiros difíceis por causa da covid-19. 

Uma delas é de Gutierres dos Passos, atendente em operadora de telefonia de Volta Redonda (RJ). De segunda a sexta, ele trabalha como atendente em uma operadora de telefonia. Aos fins de semana, é gerente de uma casa noturna: “O trabalho na casa noturna era mais da metade do que eu recebia e foi justamente esse que eu perdi há duas semana.” Sem poupança e com a última prestação de seu carro para pagar, ele tomou emprestados R$ 500 em um banco digital. “Dei meu celular como garantia e vou pagar em quatro vezes de R$ 200”.

Gutierres Moraes deu celular como garantia em empréstimo Foto: Arquivo pessoal

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‘Vou tentar pagar pelo menos o mínimo do cartão de crédito’

Ailton Silva é proprietário de uma empresa que organiza e prepara churrascos em condomínios. O negócio é tocado por ele, a esposa e a filha mais nova. Seu último evento foi há 30 dias. Desde então, ele tenta adaptar as despesas à nova realidade. “Estou usando um pouco do dinheiro que consegui guardar. Ainda bem que não pago aluguel e tenho poucas dívidas”, diz ele, que deve pagar pelo menos o mínimo do cartão de crédito. “As contas de luz e de água e vou jogar para frente. Quero guardar dinheiro para comida e medicamentos, caso a gente precise”, afirma. 

Ailton Silvavaijogar para frente as contas de luz e de água Foto: Felipe Rau/Estadão

‘Só deverei voltar a receber alguma coisa a partir de julho’

O último trabalho do tradutor Robert Greathouse foi no dia 16 de março. De lá para cá, diz que perdeu 100% de sua renda e consegue pagar as contas graças a uma reserva de emergência que vem acumulando há dez anos. “Eu sou muito controlado e agora preciso ser mais. Acho que só voltarei a receber alguma coisa a partir de julho”, diz. Desde que iniciou a quarentena, em março, Greathouse eliminou gastos com aplicativos de transporte, que consumiam R$ 300 do seu orçamento mensal, a academia e começou a cozinhar: “Estou economizando uns R$ 1 mil por mês.”

Robert Greathouse voltará a receber a partir de julho Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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