PUBLICIDADE

Pela primeira vez, em 2 anos, balança é negativa no PIB

No primeiro trimestre de 2006, na comparação com mesmo período no ano passado, as importações cresceram 15,9%, mais do que as exportações que se expandiram 9,3%

Por Agencia Estado
Atualização:

Pela primeira vez desde o quarto trimestre de 2003 o setor externo contribui negativamente para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. No primeiro trimestre de 2006, na comparação com mesmo período no ano passado, as importações cresceram 15,9%, mais do que as exportações que se expandiram 9,3%, de acordo com a pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O último ano em que o setor externo deu uma contribuição negativa para o PIB foi o de 2000, quando as importações se ampliarem em 11,6% enquanto as exportações cresceram 10,6%. Nos anos de 2001, 2002, e 2003, o crescimento econômico brasileiro foi baseado no fato de que as exportações cresceram mais do que as importações. Em 2002 e 2003, as importações chegaram a ter quedas, respectivamente de 12,3% e 1,7%. A partir de 2004, o crescimento do PIB passou a ser baseado no setor interno, porém ainda com as exportações crescendo mais do que as importações e com a demanda externa contribuindo positivamente. Neste trimestre o crescimento do PIB de 3,4% em relação ao do primeiro trimestre de 2005 foi baseado no setor interno e principalmente nos investimentos, com 9%; e na indústria, com 5%; destacou a gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, Rebeca Palis. Ela observou que tanto a queda na taxa de juros quanto o câmbio influenciaram os resultados da pesquisa. Queda dos juros Rebeca enfatizou que a queda de juros incentiva o investimento e o consumo, e o câmbio influencia no aumento das importações, inclusive de máquinas e equipamentos para investimento. Ela observou também que o câmbio influi de forma diferenciada sobre os setores econômicos e citou o setor têxtil como um exemplo dos que estão tendo dificuldades com o câmbio. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, as importações de bens e serviços cresceram 11,6%, que foi a maior taxa desde o quarto trimestre de 1996, na comparação com o trimestre anterior. Naquela ocasião, em que a política cambial era de Real forte para combater a inflação o crescimento das importações foi de 12,9% contra o terceiro trimestre de 1996. Na época, a diretoria de Assuntos Internacionais do Banco Central era comandada por Gustavo Franco.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.