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Pelo 2o dia, Bovespa resiste a NY e fecha no azul

Por ALUÍSIO ALVES
Atualização:

Pelo segundo dia consecutivo, a Bolsa de Valores de São Paulo resistiu à influência negativa dos mercados internacionais e fechou com valorização. Após uma terça-feira de intensa volatilidade, o Ibovespa fechou com alta de 0,48 por cento, a 61.015 pontos. O índice oscilou entre baixa de 3,2 por cento e alta de 1,56 por cento. O vaievém turbinou o volume financeiro da bolsa para 6,17 bilhões de reais. Diferente de Wall Street, que acusou o golpe das previsões negativas do presidente do Federal Reserve para o cenário de crescimento econômico e inflação nos Estados Unidos, a bolsa paulista recuperou-se das perdas da abertura suportada por compras pontuais. "As quedas das últimas semanas derrubaram os preços de ações de diversos setores para patamares muito interessantes. Isso reduziu a saída de recursos de investidores estrangeiros e atraiu os domésticos para a ponta compradora", disse Rafael Moyses, gestor da corretora Umuarama. Empresas dos setores de eletricidade e telefonia, cujas receitas são protegidas em contrato dos efeitos da inflação, voltaram a brilhar. As ações preferenciais da operadora Brasil Telecom ilustraram esse movimento, com alta de 5,1 por cento, a 18,35 reais. Mas a líder de ganhos foi a Cyrela, que divulgou animadores resultados preliminares do segundo trimestre. As ações ordinárias deram um salto de 8,7 por cento, para 20,50 reais. As corretoras dos bancos UBS e Unibanco reforçaram recomendação de compra para os papéis da companhia. A forte queda das cotações do petróleo, depois que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) previu desaceleração da demanda pelo produto em 2009, ajudou as ações de empresas cujas ações vinham sendo penalizadas pela escalada da commodity, tais como aéreas e setor petroquímico. Os ganhos do índice não foram maiores devido ao desempenho fraco das ações de maior liquidez. As preferenciais da Vale perderam 1 por cento, a 43,47 reais. As preferenciais da Petrobras cederam 0,8 por cento, valendo 40,55 reais. De todo modo, o Ibovespa andou na contramão da tendência internacional. Notícias como inflação recorde na Grã-Bretanha, desaceleração econômica no Japão e forte queda na confiança do consumidor da Alemanha, além dos temores de novas perdas de grandes instituições financeiras, levaram o principal índice das bolsas européias ao menor nível desde 2005. As praças asiáticas fecharam no pior patamar em dois anos. Em Wall Street, a redução do rating da Fannie Mae, uma das principais firmas hipotecárias dos Estados Unidos ao lado da Freddie Mac, já provocara um clima adverso quando Ben Bernanke foi ao Senado dizer que a economia do país vai crescer menos e a inflação, mais. O índice Dow Jones caiu 0,84 por cento e fechou abaixo de 11 mil pontos pela primeira vez em 2 anos.

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