PUBLICIDADE

Pelo quarto mês seguido, Bolsa é a melhor aplicação

Por Agencia Estado
Atualização:

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou outubro com valorização de 12,32% e liderou, pela quarta vez seguida, a corrida dos investimentos, com ampla vantagem sobre as aplicações de renda fixa, as segundas mais rentáveis no mês. O CDB para grandes aplicações sustentou a segunda posição do ranking, com rentabilidade bruta média de 1,48%, seguido pelos fundos DI e de renda fixa, empatados em terceiro lugar, com 1,28%. Em reprise do que tem ocorrido sistematicamente nos últimos meses, o dólar, comercial e paralelo, voltou a amargar as últimas posições. O comercial desvalorizou-se 0,93% e o paralelo, 1,90%. O investimento em ações também é o mais rentável no ano, com valorização de 59,58% em dez meses. Em dólares, o Índice Bovespa (Ibovespa) está em alta de 97,8% no ano, a terceira maior valorização do mundo, atrás apenas das Bolsas da Venezuela e da Argentina, que subiram 121,49% e 110,65% em 2003, segundo a consultoria Global Invest. A arrancada que levou à maior valorização da Bolsa em apenas um mês desde outubro de 2002, quando subiu 17,92%, foi comandada pela forte participação do capital estrangeiro. Em 11 dos 23 pregões do mês, a Bolsa paulista movimentou volume financeiro diário superior a R$ 1 bilhão. O balanço dos investimentos estrangeiros no mercado doméstico de ações, pelos dados da Bovespa, apontou um saldo positivo de R$ 1,295 bilhão em outubro, até o dia 29. O saldo acumulado no ano, também até o dia 29, somou R$ 5,542 bilhões. O forte ingresso de capital externo para a compra de ações, segundo analistas, refletiu a combinação de um cenário de farta liquidez com juros baixos no exterior e ativos brasileiros baratos, principalmente as ações, que vêm de três anos seguidos de queda. A esse quadro se juntou, ainda, o sentimento de que, com o equilíbrio fiscal, a inflação sob controle, os juros em queda e as reformas em andamento, a economia deve crescer com mais força. Os investimentos em renda fixa permaneceram na mesmice, com a rentabilidade limitada pela persistente redução dos juros básicos, à longa distância do vistoso rendimento das ações. Mas todos eles, até a caderneta de poupança, renderam mais que a inflação de 0,38% no mês pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). O rendimento das aplicações de renda fixa da tabela corresponde ao bruto, sem desconto de 20% de Imposto de Renda, com exceção da caderneta, isenta de IR. O dólar comercial não escapou, mais uma vez, das últimas posições do ranking, pelo terceiro mês consecutivo. Boa parte da pressão de baixa sobre as cotações veio dos dólares que ingressaram na Bolsa, porque os recursos externos passam pelo mercado de câmbio antes de desembocar no pregão da Bolsa. De resto, comentam analistas, os preços do dólar estariam, no momento, com a movimentação engessada em estreito intervalo, entre R$ 2,83 e R$ 2,88. A cotação no piso, dizem, atrai compras do Banco do Brasil e no pico chama exportadores, interessados em receber mais reais com os produtos vendidos ao exterior. O dólar comercial acumula desvalorização de 19,04% no ano e o paralelo, de 18,06%. Os fundos da Petrobrás e da Vale do Rio Doce formados com recursos do FGTS também tiveram bom desempenho, embora menor que o Ibovespa, em outubro, até dia 27. O Fundo Petrobrás rendeu 3,91% e o Fundo Vale, 6,53%. No ano, esses fundos acumulam, respectivamente, rentabilidade de 32,92% e 25,40%. Apesar do ótimo desempenho até agora, a Bolsa dá sinais de que enfrenta forte resistência no nível de 18 mil pontos, em torno do qual tem patinado nos últimos pregões. A expectativa de especialistas é que apenas um fato novo positivo às ações poderá levar o Ibovespa a furar e se distanciar desse nível de resistência ? o fechamento de hoje se deu em 17.982 pontos, com uma queda de 0,61%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.