
02 de dezembro de 2015 | 02h55
Os investimentos do setor da construção civil são relevantes para o nível de emprego e da atividade econômica. Por sua característica de longo prazo, implicam decisões mais difíceis de tomar numa conjuntura marcada por forte recessão e falta de perspectivas.
Só aos poucos as grandes empresas se ajustam à conjuntura, atraindo parceiros, vendendo participações em seu capital ou em outras empresas (como a venda da Alpargatas à J&S Investimentos pela Camargo Corrêa, anunciada há pouco) ou promovendo leilões de imóveis. Até as melhores e mais lucrativas construtoras concedem grandes descontos aos interessados em adquirir unidades em estoque.
Em outubro, segundo a CNI, o nível de atividade marcou apenas 36,7 pontos, ligeiramente acima de setembro (35,9 pontos), mas 6 pontos abaixo de outubro de 2014 e muito abaixo dos 50 pontos que separam o campo positivo do negativo. A atividade em relação à usual registrou 27,1 pontos, queda de 13,1 pontos em relação a outubro de 2014, e o número de empregados marcou 35,6 pontos. O dado é compatível com a demissão de quase 50 mil trabalhadores formais no mês passado.
As expectativas estão relacionadas à situação fiscal da União, dos Estados e municípios, que, com problemas de caixa, protelam investimentos em infraestrutura. A situação é ainda pior para as envolvidas na Operação Lava Jato. O crédito escasseia, com recuo de quase 30% (de R$ 93 bilhões para R$ 66 bilhões) nos empréstimos com recursos das cadernetas entre os primeiros dez meses de 2014 e 2015.
A situação menos ruim é a das pequenas empresas: houve melhora no uso da capacidade e as expectativas do nível de atividade indicam 43 pontos, ante apenas 37,1 pontos das grandes companhias. A recuperação deve passar pelas companhias de menor porte.
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