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Pequenas e Médias empresas na B3 fazem valor médio captado cair 40% entre 2019 e 2020

Nova tendência observada no mercado de capitais brasileiro aproxima o País de economias como a do Canadá e da Alemanha

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Por B3
Atualização:
4 min de leitura
Getty Images 

Um Levantamento realizado pela B3 mostra que o volume médio captado em ofertas públicas iniciais teve uma queda de 40% em 2020 na comparação com 2019, caindo de US$ 498,4 milhões para US$ 280,1 milhões.

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No mesmo período, o tíquete médio mundial dos IPOs ficou praticamente estável, passando de US$ 186,5 milhões para US$ 179,1 milhões. Essa mudança começa a aproximar o Brasil de outras economias, como a do Canadá e Alemanha, que registraram no ano passado volume médio de IPOs na casa dos US$ 100 milhões.

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Um dos motivos para essa alteração de perfil no mercado brasileiro são as condições econômicas favoráveis, que estão ampliando o interesse de pequenas e médias no Brasil, as chamadas ‘small caps’, pelo mercado de capitais.

“O Brasil vem de uma cultura de investimento avessa ao risco, muito voltada para a renda fixa. A consequência disso era uma limitação ou escassez de recursos disponíveis para investimento em ações. Consequentemente, os valores que eram disponíveis para ações eram direcionados para um grupo limitado de empresas, normalmente maiores e que teriam maior liquidez no mercado secundário”, explica a Gerente de Relacionamento com o Cliente da B3, Rafaela Vesterman.

Vesterman ressalta que a conjuntura econômica está mudando, o que tem acelerado o processo de amadurecimento do investidor institucional, que agora tem olhado com mais atenção para as ofertas menores e eventualmente está criando portfólios de ações com mais diversidade de ativos. Além disso, com a taxa a Selic mais baixa, a pessoa física também está diversificando seus investimentos e tomando mais risco em busca de mais potencial de retorno.

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“As pequenas e médias companhias estão atentas a esse momento e, em um cenário de retomada de crescimento e consolidação, visualizam uma oportunidade cada vez mais atrativa de captação de recursos via mercado de capitais”, enfatiza.

Rafaela Vesterman completa afirmando a importância de uma análise cuidadora por parte das empresas e enfatiza que a abertura de capitais vale para diferentes perfis de companhias.

Foi de olho nesta nova possibilidade que a Allied, empresa de tecnologia que comercializa celulares, notebooks e videogames, entre outros produtos eletrônicos, resolveu fazer um IPO. “Esse valor vai financiar a expansão da empresa”, diz o CFO e DRI de Allied, Luis Gustavo Ferraz Antunes. Para ele, a maior parte do valor que entrou com a oferta será destinado para novos negócios, que tenham sinergia com os atuais; outra fatia será usada na carteira de crédito, que visa oferecer financiamento aos clientes e um percentual vai para o investimento em tecnologia.

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“Poderíamos ter buscado recursos em instituições financeiras, mas uma oferta de ações está mais alinhada com a estratégia do fundo de private equity, que é o acionista controlador da companhia”, diz o executivo.

A oferta já vem sendo estudado desde o ano passado, mas só ocorreu no dia 12 de abril devido à pandemia da Covid-19. “Largamos com cerca de 25 acionistas e hoje temos mais de 3.000, entre fundos e pessoas físicas”, destaca Antunes.

Ele considera que dentre as vantagens da abertura de capital estão: a governança corporativa; a troca com o mercado, que traz mais conhecimento e abre novas possibilidades; o sentimento do funcionário de que ele é parte fundamental de um negócio ainda maior; e o custo menor de captação de dívida junto aos bancos.

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“Fizemos uma oferta pequena, mas em uma próxima já estaremos mais preparados, o que pode representar um custo menor para a empresa”, avalia.

Benefícios de abrir capital

- É uma fonte atrativa de financiamento, pode auxiliar na adequação da estrutura de capital alavancada e permite à empresa acessar investidores do mundo todo

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- Permite ao executivo diversificar seus investimentos e patrimônio, além de possibilitar a saída de investidores, como fundos de private equity/venture capital ou BNDESpar, por exemplo.

- Melhora da imagem institucional da companhia, que ganha projeção e reconhecimento da mídia e do mercado financeiro

- Aumento da visibilidade com os investidores. A companhia passa a ser conhecida em âmbito nacional e, muitas vezes, internacional

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- Possibilita à empresa adquirir ativos sem utilizar recursos do caixa, ou seja, uma aquisição pode ser paga com ações da própria companhia, processo mais rápido e ágil

- Solução para problemas relativos à estrutura societária, partilhas de heranças e processos sucessórios

- Empresa deve elevar suas práticas de governança corporativa a um padrão altamente diferenciado,que influencia positivamente na valorização da empresa

- Uma companhia aberta tende a ter um diferencial competitivo em relação aos seus concorrentes ainda fechados. Quando recorre ao endividamento bancário, por exemplo, seu custo financeiro é normalmente inferior ao de uma companhia fechada. Ao negociar com um fornecedor ou cliente, também pode ter preferência pelo fato de ser aberta

Produção: Estadão Blue Studio 
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