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Pequenas e micros empresas não estão preparadas para Alca

Por Agencia Estado
Atualização:

Se a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) entrasse em vigor no próximo ano, coincidindo com o início do novo governo, pegaria as micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo literalmente de "calça curta" para competir com seus similares dos outros 33 países, que, junto com o Brasil, farão parte do maior bloco comercial do planeta com mais de 800 milhões de consumidores. Uma pesquisa inédita do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP) mostra um resultado preocupante: 97% dos sócios e proprietários de 600 MPEs consultados pelo Sebrae, que representam 531 mil micro e pequenas empresas com 1 ou mais empregados das 1,3 milhão de MPEs instaladas no Estado, não realizaram nenhuma ação ou não tomaram providência alguma para se adequarem à Alca. Um dos motivos apontados para essa "indiferença" em relação a esse bloco foi a falta de informação, pelo menos para 59% dos entrevistados. Apenas 29% indicaram que não seriam afetados. "A nossa incumbência, agora, será informar mais e melhor sobre a Alca", disse à Agência Estado, Luiz Álvaro S. Bastos, gerente de Apoio à Comercialização do Sebrae. Ele antecipou que a entidade começará a traçar ações a partir das decisões que foram tomadas na semana passada em Quito, onde foi realizada a 7ª reunião ministerial da Alca. Outro dado curioso apontado pela pesquisa do Sebrae e que 42% das MPEs não são a favor nem contra a formação do bloco comercial das Américas. Apenas 19% responderam ser favoráveis e 39% disseram que são contra. Segundo a pesquisa, realizada entre 14 e 27 de setembro, 42% disseram temer o crescimento do desemprego com a entrada em vigor da Alca. Somente 16% acreditam que a massa de desocupados poderá diminuir. Segundo Bastos, o Sebrae começará a capacitar as micros e pequenas empresas, já que o mercado internacional precisa ser visto como fator de geração de recursos. O Sebrae constatou também que os setores mais pessimistas com a Alca são os da indústria e do comércio. Empresas dessas áreas acreditam que terão perdas com a entrada de novos concorrentes. O setor agropecuário, um dos mais competitivos do País, se mostrou mais otimista.

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