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Pequim vai acelerar a valorização do yuan

Por AE
Atualização:

O aumento do ritmo de valorização da moeda chinesa (yuan) ante o dólar deve se transformar no principal instrumento de política monetária do governo chinês para tentar reduzir a quantidade de dinheiro em circulação na economia e conter a inflação, que em janeiro atingiu 7,1%, o maior índice em 11 anos. Após seis elevações em 2007, os juros devem ser usados com mais parcimônia. Ante a trajetória de queda das taxas nos Estados Unidos, Pequim teme que os juros estimulem ainda mais a enxurrada de capital estrangeiro que desembarca no país, que está na origem dos principais problemas do governo. Só em 2007, as reservas internacionais da China cresceram US$ 464 bilhões e atingiram US$ 1,53 trilhão, valor que supera o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Essa montanha de dinheiro continua crescendo a um ritmo de US$ 30 bilhões por mês. Na sexta-feira, o Banco do Povo da China (banco central) divulgou relatório de política monetária trimestral no qual afirma que ampliará o papel da taxa de câmbio no ajuste do balanço de pagamentos e no controle da inflação. Segundo o texto, o banco "precisa usar com cautela o instrumento dos juros para controlar a expansão da demanda e estabilizar as expectativas inflacionárias". O enorme fluxo de dólares para o país provocou uma situação que os economistas classificam de descontrole monetário. Como a cotação do yuan é definida pelo governo, o banco central tem de comprar os dólares excedentes para evitar que elevem o valor da moeda local. Para isso, são emitidos yuans, o que aumenta a quantidade de dinheiro em circulação, a chamada base monetária. O banco lança títulos para retirar yuans de circulação, mas essas operações não têm sido suficientes para evitar o aumento da liquidez. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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