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Perdas com a seca vão da fábrica de ração à criação de alevinos

Consumidor deve sentir impacto da redução da produção nos preços até o fim do ano; peixe leva seis meses para crescer

Por Mariana Gazzoni
Atualização:

 A seca impactou toda a cadeia produtiva do pescado– da produção de alevinos até a fábrica de ração. O produtor de alevinos Emerson Esteves, estima queda de 25% nas vendas após a seca. Ele mantém a produção das espécies, de cerca de milhões de alevinos ao mês, e está fazendo “estoque” de peixe. “Vamos criar o peixe juvenil para vender aos produtores quando a seca acabar.” Acompanhando o crescimento na região, ele investiu na construção de 3 hectares de viveiros para criação de alevinos, que hoje funcionam abaixo da capacidade.

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Outros fornecedores também sentiram o impacto da queda na produção de tilápia. Com menos peixe na água, a venda de ração caiu cerca de 30%, conta o empresário Ramon Amaral, sócio do Grupo Ambar Amaral. Além da fábrica de ração, o grupo também é dono de frigorífico e viveiros para produção de tilápias em Santa Fé do Sul. Em reação à crise, a empresa demitiu cerca de 20% da equipe, suspendeu os investimentos para dobrar a criação de tilápias e não ligou máquinas novas na fábrica de ração.

Segundo Amaral, o negócio menos impactado foi o frigorífico, já que os peixes grandes foram colocados nos viveiros antes da seca. “A queda na produção deve refletir no supermercado no fim do ano. O preço da tilápia tende a aumentar.” Apoio. A crise aumenta a pressão dos aquicultores para a regularização da atividade. Os produtores aguardam a publicação de um decreto, anunciado em novembro de 2012, que flexibiliza as regras do licenciamento ambiental no Estado de São Paulo para se regularizar.

Sem a licença, eles não têm acesso às linhas de crédito oferecidas ao setor. “É mais difícil enfrentar a seca sem crédito”, diz Esteves. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo diz que o decreto será anunciado ainda este mês. / M.G.

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