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Perdas em supermercados superam a margem de lucro

Por Fabiana Holtz
Atualização:

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) apresentou hoje o índice de perdas nos supermercados, que é produzido em conjunto com a Nielsen e a GPP/Provar-FIA. Segundo o levantamento mais recente, de 2009, as perdas dos supermercados brasileiros atingiram 2,33% do faturamento no ano, que foi de R$ 177 bilhões. O resultado representa uma leve redução de 0,03 ponto porcentual em relação ao índice de 2008, que foi de 2,36%."Temos de continuar trabalhando para diminuir as perdas do nosso setor, que são, inclusive, maiores do que as nossas margens de lucro, que ficaram em 2,3% em 2009", observou o presidente da Abras, Sussumu Honda, ao destacar que a principal causa de perdas para os supermercados continuam sendo as quebras operacionais - produtos fora da validade, danificados no manuseio, abertos por consumidores etc. Esse item respondeu por 51,5% das perdas, enquanto em 2008 estava em 46,4%. Os furtos, tanto externos quanto internos, diminuíram em relação ao ano anterior, de 35,5% para 28,3% das perdas. Separadamente, os furtos internos representaram 14% e os externos 14,3%.A cesta de perecíveis representou 31% das perdas totais. A pesquisa mostra ainda que o índice de perdas de perecíveis alcançou no ano passado 4,07% do total de vendas da cesta. Em 2008, esse índice ficou em 4,44%. Conforme a Abras, 71% das empresas possuem área de prevenção de perdas e que 69,6% delas estão investindo para reduzir o problema.Projeção de vendasA Abras deve revisar em setembro a projeção de crescimento real de vendas de 2010, hoje em 8%. Conforme dados divulgados hoje pela entidade, na média dos últimos três meses as vendas têm registrado expansão de 5,5%. "Com certeza teremos de rever essa estimativa no mês que vem. Apesar da estabilidade em termos de volume de vendas, talvez os preços não continuem nesse ritmo", afirmou Honda.Em julho, o valor da cesta de 35 produtos considerados de largo consumo, medido pela GfK, apresentou deflação pelo segundo mês consecutivo, recuando 1,54% ante junho, para R$ 271,67. No período, a Região Norte apresentou a cesta básica mais cara do País, de R$ 315,27, apesar da queda de 1,89% em relação ao mês anterior. Na mesma base de comparação, a maior desaceleração de preços foi apurada no Sudeste, de 2,02%, para R$ 256,90.Segundo Honda, as vendas físicas estão crescendo, o faturamento também, mas em um ritmo menor em razão da queda no preço dos alimentos. Durante entrevista à imprensa, o dirigente revelou que pretende pensar em um meio de transmitir de maneira conjunta as informações de volume de vendas, faturamento e preço. "Volume e venda em valor e espécie são dois indicadores que teremos de começar a abrir de forma conjunta", afirmou. A divulgação do indicador de volume, porém, permanece bimestral e é aguardada para setembro.

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