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Perfumaria virtual aposta em nicho e prevê crescer 50%

Linhas profissionais para cabelo representam 90% das vendas da Doce Beleza, que espera faturar R$ 17 milhões

Por Renato Jakitas
Atualização:

A soma entre percepção estratégica e pouco capital para investimentos empurrou um casal paulistano da venda porta a porta em salões de beleza para o varejo online de cosméticos. Com R$ 13 mil no bolso, eles montaram uma perfumaria virtual especializada em marcas profissionais de produtos para cabelo. Após cinco anos, a empresa, que começou dentro da garagem do pai de um dos sócios, adquiriu sede própria de 600 metros quadrados, encorpou com a contratação de 14 funcionários e faturou R$ 12 milhões em 2011, com projeção de alcançar R$ 17 milhões até o final de 2012."A gente deve crescer 50% neste ano e, se tudo der certo, dobrar de tamanho em 2013", diz Carlos Vistra, que ao lado da mulher, Adriana Tetilla, comanda a Doce Beleza. A loja virtual alcançou no ano passado 3,1 milhões de visitantes únicos e sustentou uma média mensal de 6 mil vendas - pedidos que chegam, principalmente, dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.Sem plano de negócios ou imersão sobre o mercado de higiene pessoal e cosméticos, a ideia para começar a empresa surgiu como um desdobramento do trabalho de Adriana, que por quase cinco anos comprou e revendeu xampus, condicionares e similares para salões de beleza. Ela descobriu que o consumidor utilizava o salão como ponto de venda para um produto difícil de encontrar em perfumarias e supermercados. "Não tinha carro e visitava os cabeleireiros a pé ou de ônibus no começo. Nessas visitas, percebi que tinha mercado para os produtos, o problema era a escala. Essas linhas profissionais não se encontravam, principalmente quando se saía de São Paulo. Eu, por ser de Mato Grosso, sabia que o acesso a esses produtos era mínimo", conta Adriana.Salário. De olho nesse contingente de consumo, o casal decidiu experimentar a carência do setor criando o próprio canal de vendas. Adquiriu por R$ 3 mil uma plataforma simples de e-commerce e investiu R$ 10 mil em estoque, o equivalente a dois meses de salário poupado por Carlos Vistra, que na época trabalhava em uma empresa de telecomunicações. "Montamos a empresa na garagem da casa do meu pai em 2007, focando direto no consumidor final. A gente sabia o que era bom, procurado e desejado. Foram esses produtos que a gente foi buscar", lembra Vistra, que iniciou a operação com sete marcas. Atualmente, a empresa, que saiu dos fundos da residência - há um ano, está em um espaço comprada por R$ 800 mil - oferece 27 linhas, com 1,4 mil itens à venda. "Cerca de 90% dos produtos são para cabelo. O resto é de produtos para banho, corpo e dermocosméticos", diz Vistra.Distribuição. Para Claudio Felisoni de Angelo, professor de administração de varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA), o resultado obtidos pela Doce Beleza é um exemplo de que há vida no varejo de cosméticos para além do formato tradicional: lojas físicas, com farta oferta de itens e um batalhão de promotoras. "Por muito tempo acreditou-se que a venda desses produtos dependia das lojas tradicionais, que ensinavam as pessoas sobre os atributos e a forma de utilização desse ou daquele determinado produto. Mas a gente percebe que o consumidor já se sente mais à vontade para comprar pela internet", afirma Angelo.A ressalva por parte do professor diz respeito ao desafio da perfumaria online com a distribuição e logística de entrega, o que, segundo ele, é o ponto nevrálgico do negócio. "Eles precisam se atentar para o crescimento rápido da empresa e da internet para a categoria, que pode trazer problemas para as entregas. Isso pode derrubar por terra toda a imagem conquistada muito rapidamente", destaca.

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