Perder o emprego não estava nos planos de Larissa Camargo. Mas, já que havia sido demitida, em novembro de 2015, resolveu aproveitar as festas de fim de ano na praia e começar a busca por trabalho no começo do ano. Passaram-se janeiro, fevereiro, março, abril e muitos outros meses. Entrevistas até apareceram, mas as oportunidades não lhe pareciam boas. “Em uma das vezes, eram 50 pessoas disputando 10 vagas para trabalhar das 22h às 4h e ganhar R$ 1 mil. Eu tive pena de mim e de quem estava lá”, conta.
A oportunidade acabou surgindo quase sem querer. Em junho deste ano, uma tia foi convidada para expor suas obras na Noruega, mas não sabia organizar a viagem. Como o último emprego de Larissa foi em uma empresa de turismo, pediu ajuda à sobrinha. No final, ela terminou organizando a viagem de todo o grupo que iria para a Noruega. “Me deu uma luz de que isso poderia vingar, pois unia meu conhecimento comercial com algo que gosto muito, viajar.” E deu certo. Com a propaganda boca a boca, Larissa tem organizado ao menos uma viagem por mês. Os pacotes são fechados depois de uma reunião com clientes para definir orçamento, tempo de viagem e passeios. É assim que a “personal travel”, como se chama, faz os roteiros personalizados.
A renda ainda está longe da que ganhava com carteira assinada. Momentos de lazer, como as baladas de fim de semana, diminuíram. Até a paixão pela cantora italiana Laura Pausini teve de se adaptar ao novo orçamento. “No último show, tive que abrir mão de ficar colada no palco e assistir da arquibancada. Para quem é fã, ver o ídolo lá longe é difícil.”
Ainda assim pretende continuar investindo na Laris Travel. “Comecei a divulgar nas redes sociais e pretendo me formalizar em breve. Espero que em 2017 consiga organizar pelo menos duas viagens por semana e, quem sabe, contratar um ajudante”, planeja confiante.