Publicidade

Perspectiva focada em petróleo já traz incerteza ao BC, diz BES

Segundo economista-chefe do BES Investimento a Petrobras terá que repassar para o preço dos combustíveis consumidos no mercado doméstico a defasagem de 25% em relação aos preços negociados no mercado internacional

Por Agencia Estado
Atualização:

A perspectiva para a economia focada no preço do petróleo já traz uma incerteza ao Banco Central, avalia a economista-chefe do BES Investimento, Sandra Utsumi. A economista entende que em algum momento a Petrobras terá que repassar para o preço dos combustíveis consumidos no mercado doméstico a defasagem de 25% em relação aos preços negociados no mercado internacional. Isso reforça, de acordo com Sandra, a hipótese de cautela no último trimestre. "Ainda no item combustíveis, podemos considerar o risco cruzado de uma nova alta do preço do álcool, sazonalmente iniciando em Setembro", diz. O preço médio do álcool nas refinarias, segundo o levantamento do Cepea, aponta na média móvel trimestral até a última semana de Julho uma alta de 33,7% contra o mesmo período de 2005. "Adicionalmente, o impacto da expansão fiscal e o efeito cumulativo do alívio monetário praticado desde setembro do ano passado tendem a intensificar a parcimônia do Copom. Reforçamos nossa estimativa de Selic encerrando 2006 a 14,25% dos atuais 14,75%", diz a economista. O cronograma estabelecido pelo BES é dois cortes de 0,25 ponto porcentual, um em agosto e outro em outubro. Para Sandra, se o reajuste nas refinarias for de 25% (gasolina) e 20% (diesel), o repasse ao consumidor seria de 60% a 90%. "Neste caso temos que considerar também o impacto sobre o preço do álcool combustível, que entra na proporção de 25% na composição da gasolina", diz Sandra, acrescentando que embora a entressafra da cana-de-açúcar comece em setembro, o preço do álcool já se está 34% acima da média de julho e agosto de 2005.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.