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Perspectivas com etanol alavancam safras de milho e cana

Produção de álcool feito com milho nos EUA aumentam preço do grão no exterior; safra da cana, usada para produzir etanol no Brasil, deverá aumentar 7%

Por Agencia Estado
Atualização:

As boas perspectivas para o etanol no Brasil já estão gerando conseqüências positivas para a safra do milho e da cana-de-açúcar. O milho responde por 35% da safra brasileira e a influência dessa cultura será determinante para a colheita total de grãos e oleaginosas recorde de 129,6 milhões de toneladas prevista para 2007. Se confirmada, a safra terá aumento de 11% ante à do ano passado. Os preços do milho estão subindo no mercado internacional porque parte da oferta desse produto tem sido destinada à produção de etanol nos Estados Unidos. Segundo observou o gerente do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) do IBGE, Neuton Alves Rocha, os bons preços levaram os produtores a aumentarem a área plantada em 2007. A área plantada do milho nesta safra deverá atingir 13,16 milhões de hectares, ou 29% da área total da safra brasileira, com aumento de 4,4% em relação à área cultivada em 2006. A colheita do produto, segundo estima o IBGE, poderá chegar a 49,17 milhões de toneladas, com crescimento de 16% ante a safra do ano passado. A safra de cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol no Brasil, deverá aumentar 7% na safra 2007 em relação à anterior e somará 490 milhões de toneladas. Em São Paulo, Estado que responde por 57% da produção nacional, a safra deverá aumentar 5,3%, para 280 milhões de toneladas. Segundo Rocha, o aumento na produção da cana resulta da expansão do consumo interno e da demanda mundial. O coordenador de agropecuária do IBGE, Flávio Bolliger, disse que há muito espaço para a expansão da cana-de-açúcar no País, sobretudo em áreas de pastagens, e acredita que o aumento na produção dessa cultura não deverá reduzir a safra de grãos em longo prazo. Soja Apesar do crescimento do milho, a soja manterá a liderança na safra deste ano e responderá por 43,8% da colheita total do País, com uma produção de 55,7 milhões de toneladas, volume 7,5% superior ao obtido no ano passado. Para a safra agrícola total, a projeção divulgada pelo IBGE, relativa ao mês de fevereiro, é 1,2% maior do que a de janeiro (127,9 milhões de toneladas). A revisão, segundo Rocha, ocorreu especialmente por causa das reavaliações para cima nas estimativas para o Estado do Paraná para o milho e a soja. Rocha explica que 2007 acena com recuperação para a safra agrícola e o retorno da utilização de mais tecnologia no campo, resultando em aumento da produtividade. Segundo ele, os produtores estão mais capitalizados e, ao contrário do que ocorreu na safra passada, estão investindo em máquinas e equipamentos e adubos e fertilizantes. A projeção do IBGE é mais otimista do que a divulgada no início da semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 127 milhões de toneladas. O chefe da Coordenação de Agropecuária do instituto, Flávio Bolliger, explicou que a diferença na projeção ocorre por causa dos distintos períodos abordados pelas duas instituições. Segundo ele, o período avaliado na projeção de safra da Conab abrange os anos de 2006 e 2007 e vai de julho de um ano ao mesmo mês do ano seguinte. O IBGE produz o levantamento levando em conta apenas o ano em curso. Desse modo, as projeções da Conab incluíram dados que puxaram a estimativa para baixo, como a queda na produção de trigo do ano passado, levando à projeção de pouco mais de 2 milhões de toneladas a menos do que o IBGE.

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