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Perspectivas continuam desfavoráveis à indústria

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Por Redação
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A produção industrial caiu cerca de 2,8% em 2014, segundo o Boletim Focus de 16/1, ajudou a puxar para baixo o Produto Interno Bruto (PIB) e as perspectivas para este ano são pouco favoráveis, prevendo-se não mais do que 0,5% de alta. O aumento de custos será oneroso para a indústria, que já enfrenta grandes dificuldades, mostrou reportagem de Márcia de Chiara, sábado, no Estado. "Há pressões de custos de todos os lados", resumiu o gerente de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco. "O impacto do dinamismo da indústria sobre a economia como um todo é muito maior do que, por exemplo, o do setor exportador de commodities", notou Luís Eduardo Assis, ex-diretor do Banco Central, em artigo publicado segunda-feira pelo Estado. A elevação dos preços administrados encabeça a lista de custos adicionais: o da energia já subiu 15,7% entre os terceiros trimestres de 2013 e de 2014, calcula a CNI, que espera mais 30% de aumento neste ano. A isso se soma a falta de água, que por ora mal chegou ao setor, mas, se se agravar - o que é provável -, a produção da indústria petroquímica será afetada, diz o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fernando Figueiredo. A queda de preço do petróleo no mercado internacional poderia derrubar o preço da nafta e ajudar a indústria, se os consumidores não tivessem de pagar o que a Petrobrás perdeu ao não corrigir os preços nos últimos anos. O reajuste de 4% a 8% nos preços do aço é outro fator de pressão. Mas, bem pior, é ligado à rentabilidade das companhias siderúrgicas, segundo o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro. E caiu a cotação do minério de ferro, principal insumo para produzir aço. Entre os custos em alta incluem-se o dos juros, o da estagnação econômica, que afeta o consumo de bens do setor, e a perda de competitividade da indústria brasileira, comparativamente à da indústria global. Como alertou o vice-presidente da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, os preços sobem no Brasil e "caem no resto do mundo". A desvalorização do real, em contrapartida, ajuda as indústrias que não estão endividadas em dólar e o mesmo raciocínio se aplica às importações, que ficam mais caras e beneficiam o produto local. Mas a possibilidade da elevação de tributos, inclusive sobre bens industriais, não pode ser ignorada.

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