PUBLICIDADE

Perspectivas para a próxima semana

No mercado financeiro, a próxima semana será marcada pelo leilão de títulos prefixados e pela divulgação da ata do Copom. Além disso, o Congresso vai discutir a isenção da CPMF para a Bolsa. No cenário internacional, permanecem as atenções com a Argentina e Estados Unidos.

Por Agencia Estado
Atualização:

A tendência das taxas de juros no Brasil novamente terá destaque no mercado financeiro na próxima semana. Na terça-feira, o Tesouro Nacional vai leiloar títulos com juros prefixados. Serão dois lotes. No primeiro, dois milhões de papéis com vencimento em 6 de novembro deste ano - a mesma quantidade ofertada na semana passada - e mais 500 mil de títulos que vencem em abril de 2003. Com a decisão do Comitê de Comitê de Política (Copom), que reduziu a Selic, a taxa básica de juros da economia, de 19% ao ano para 18,75% ao ano, os investidores passaram a acreditar com mais confiança que novas reduções de juros virão em breve. Analistas acreditam que será grande a demanda pelos papéis prefixados. Caso este cenário se confirme, as taxas de juros no mercado futuro podem recuar ainda mais. Os investidores também ficarão atentos à divulgação da ata da reunião do Copom, na quinta-feira. O relatório deverá trazer informações mais detalhadas sobre as perspectivas do Banco Central (BC) em relação à tendência para inflação. Analistas já esperavam um recuo dos índices inflacionários em janeiro, o que não se confirmou. Os primeiros índices divulgados em fevereiro também não sinalizam o recuo da inflação (veja mais informações no link abaixo). A inflação é importante dentro do contexto do mercado de juros, pois a Selic é definida com base no cumprimento das metas de inflação. Neste ano, a meta de inflação é de 3,5% ao ano, com possibilidade de alta ou baixa de dois pontos porcentuais. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como referência para a meta, apresentou em janeiro uma alta de 0,52%. Mercado espera novidades para Bolsa Para o mercado acionário, a próxima semana também traz fatos importantes. A incidência da Cobrança Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) nos negócios realizados na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) poderá ser analisada no Congresso Nacional na próxima terça-feira. Para que seja aprovada a queda da CPMF, são necessários 308 votos, mas isso pode ser difícil, dado que o governo cortou R$ 12 bilhões que seriam destinados a projetos dos parlamentares. Como represália, é possível que os deputados não votem a favor do governo. Hoje, o assunto foi abordado por personalidades do meio financeiro no evento de entrega do "Selo Animec 2001", realizado na Bovespa. Segundo apurou o repórter André Palhano, além do pedido de apoio do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, também fizeram coro favorável o presidente da Bovespa, Raimundo Magliano, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), José Luís Osório, e o deputado federal Emerson Kapaz (PPS-SP). Segundo analistas, a queda do juro real, a isenção da CPMF e a redução da alíquota de Imposto de Renda (IR) são possibilidades que, caso se concretizem, melhoram as chances de ganho com o investimento em ações e atraem mais recursos para a Bolsa. Nos próximos meses, mais um fator será incluído nesta avaliação: as perspectivas para o resultado das eleições presidenciais. Sobre este assunto, os investidores ficariam mais tranqüilos se um candidato com um plano econômico que desse continuidade ao atual liderasse as pesquisas. Argentina segue com incertezas A situação argentina continua crítica e não há perspectiva de melhora no curto prazo. A ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao país vizinho depende de corte de gastos, principalmente do valor distribuído como co-participação às províncias - distribuição entre a União e as províncias de parte da arrecadação tributária. As negociações entre o presidente Eduardo Duhalde e os governadores não avançaram nos últimos dias e a expectativa é de que haja algum acordo no início da próxima semana. Na próxima quarta-feira, o governo Duhalde enfrenta mais um obstáculo: o debate e a votação do orçamento nacional no Congresso, que estava previsto para acontecer ontem e foi adiado. No mercado internacional, além da crise argentina, o ritmo da atividade econômica norte-americana é foco de atenção para os investidores. A economia do país já dá sinais de recuperação. A partir do segundo trimestre deste ano, caso esta perspectiva se confirme, analistas acreditam que o problema teria peso menor dentro do contexto para os investidores. Investimentos Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.