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Perspectivas para o Mercosul melhoram com Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

A desvalorização do peso, apesar de a Argentina não ter abandonado ainda o regime de conversibilidade - câmbio foi fixado em 1,40 peso por dólar -, deve beneficiar as perspectivas do Mercosul, que, até a reunião de cúpula de Montevidéu, se encontravam praticamente enterradas. De acordo com o coordenador de Relações Internacionais da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas (Eaesp/FGV), Antônio Carlos Manfredini, as medidas adotadas pelo governo argentino no último final de semana favorecem, a médio prazo, o bloco. Mas, alerta o economista, a longo prazo, o futuro do bloco dependerá do que for definido em matéria de política comercial pelos peronistas, que, tradicionalmente, são claramente protecionistas. "Dada a atual conjuntura crítica que vive o país, os peronistas podem ficar tentados a adotar medidas no velho estilo do Partido Justicialista", disse Manfredini. O professor disse também que, mesmo que a Argentina venha a adotar um regime de flutuação para sua política cambial, a harmonização macroeconômica no Mercosul não estará garantida, pelo menos a médio prazo. "Para isso, não basta apenas contar com regimes cambiais similares. É necessário mais do que isso, e, dado o caos em que se encontra a Argentina, com todas essa mudanças, não é possível pensar na meta de convergência macroeconômica agora", afirmou Manfredini, também professor do Departamento de economia da Eaesp/FGV. "Antes, a Argentina precisa começar a funcionar." O professor acredita que a reação da economia do principal parceiro do Brasil no Mercosul não será sentida em semanas ou meses, até porque o governo do presidente Eduardo Duhalde tem pela frente uma árdua e difícil negociação com os credores de sua dívida externa. "Não podemos pensar em uma reativação em menos de um ano, já que a desvalorização do peso não vai aliviar a Argentina do seu problema fiscal", afirmou. De acordo com Manfredini, o novo plano econômico argentino, embora incompleto e não totalmente claro, serve apenas com um bom analgésico para levar o doente à mesa de operações. "A ansiedade diminuiu, mas os problemas não estão resolvidos." Para Evaldo Alves, também professor do Departamento Econômico da Eaesp/FGV, a recuperação da Argentina dependerá de como será gerenciada a passagem entre as medidas adotadas esta semana até a regulamentação delas para colocá-las em prática. Leia o especial

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