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Perspectivas para os fundos cambiais

Fundos cambiais são indicados para quem tem dívida em dólar e, ao optar por essa aplicação, o investidor deve tomar por base a aversão que se tem ao risco e o custo da oscilação do dólar. Para quem busca apenas rentabilidade, fundos de renda fixa podem ser mais atraentes.

Por Agencia Estado
Atualização:

O leilão de compra realizado hoje pelo Banco Central foi percebido pelos operadores como um sinal de que o patamar de R$ 1,90 é a cotação mínima para o dólar. Por isso, para quem pretende investir em fundos cambiais, seja como forma de hedge (proteção) ou como diversificação de aplicação, esse pode ser o melhor momento. Porém, apesar da alta da moeda norte-americana projetada pelos analistas no próximo ano, o consenso continua sendo de que esse investimento deve ser adotado apenas por quem tem dívidas em dólar. Hugo Penteado, economista-chefe da ABN Amro Asset Management, acredita que fique em R$ 1,92 no final de 2001, mas ressalta: "Com um regime cambial flutuante, o dólar oscila em função de fatores externos e internos. Por isso, fica muito difícil o investidor acertar o momento certo de resgatar o seu dinheiro e conseguir a melhor rentabilidade." Ele destaca que, mesmo para aplicar, o investidor corre o risco de não acertar o momento mais favorável. Penteado explica que, para quem investe em um fundo cambial como forma de hedge, ou seja, possui dívidas em dólar e por isso precisa ter seus investimentos atrelados à moeda norte-americana, essa oscilação não prejudica a finalidade do investimento. Porém, para quem pretende diversificar o investimento, ele recomenda fundos de derivativos que investem em contratos de dólar futuro. "Nesse caso, existe um gestor para analisar e decidir o momento correto para apostar nesse mercado", explica. Custo do hedge Paulo Leme, diretor de Pesquisa Econômica para Mercados Emergentes do Goldman Sachs, destaca que na hora de colocar seus recursos em uma aplicação atrelada ao dólar, a opção do investidor deve tomar por base a aversão que se tem ao risco e o custo de fazer o hedge (proteção), que é definido pela oscilação da taxa de câmbio. "Quanto maior for a aversão ao risco, mais caro o investidor estará disposto a pagar por esse seguro", explica Leme. O executivo destaca que, para quem está interessado apenas em rentabilidade, sem levar em conta o objetivo de hedge, a aplicação em renda fixa pode apresentar ganhos mais atraentes. "Com os juros altos, inflação em queda e câmbio subvalorizado, os papéis atrelados aos juros podem ter ganhos bastante atrativos", conclui. Porém, Leme lembra que esse excesso de retorno reflete a remuneração ao investidor para assumir o risco de uma alta do dólar. Fundo cambial não é hedge perfeito Apesar de ser uma das únicas opções para investidores que buscam hedge, o fundo cambial tem sua rentabilidade reduzida pela incidência de Imposto de Renda sobre a rentabilidade do fundo. Todos os meses é descontada do rendimento da aplicação uma alíquota de 20% referente ao IR, o que diminui a proteção do investidor quanto a uma alta do dólar.

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