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Pesadelo da inflação ronda a Argentina

Por ARIEL PALACIOS
Atualização:

A nova presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, terá de enfrentar em 2008 o pesadelo da inflação, que assolou desde 2005 o governo de seu antecessor e marido, o ex-presidente Néstor Kirchner. Segundo a consultoria Sociedade de Estudos Trabalhistas (SEL), o crescimento econômico e a redução da pobreza nos últimos anos "não ocultam a permanência de desequilíbrios que condicionarão o desempenho do novo governo. O problema mais óbvio a curto prazo é a inflação". A SEL sustenta que o aumento da inflação em 2007 provocou dois efeitos nefastos: brecou a redução dos níveis de pobreza, que estavam em queda acelerada desde o fim da crise em 2003, e esfriou a melhoria da receita real das famílias. Os setores mais atingidos pela inflação são os argentinos sem carteira assinada e os não-assalariados que formam a classe média. De janeiro a outubro de 2007, estes setores sofreram uma perda de 1,5% em suas remunerações reais. A SEL sustenta que a pobreza seria atualmente de 28,3%, o equivalente a 5 pontos a mais do que o índice oficial do desprestigiado Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). Com cautela, a consultoria indica que a pobreza poderia ter aumentado 1,5% em comparação com 2006. Por trás deste aumento do número de pobres estaria a escalada da inflação. A consultora Ecolatina, vinculada ao ex-Ministro da Economia Roberto Lavagna, afirmou que a inflação acelerou no segundo semestre de 2007 e que a escalada de preços já resulta em pesados custos sociais. Segundo o governo, a inflação entre janeiro e novembro de 2007 foi de 7,5%.

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