
29 de agosto de 2010 | 00h00
Tem ganhado força a ideia de que é preciso fazer, com urgência, uma regulamentação do mercado futuro para frear movimentos especulativos. No Ministério da Fazenda, o assunto está em estudo, mas há a preocupação de não tratá-lo como se estivesse na iminência de ser resolvido.
Ao contrário do que ocorre na maioria dos outros países, o mercado futuro de câmbio no Brasil é mais líquido do que o mercado à vista. Essa característica faz com que a cotação do dólar no mercado à vista seja bastante sensível às apostas feitas no segmento futuro. Muitas vezes, essas apostas ganham força ainda maior na direção da valorização do real com a expectativa de entrada maior de dólares no País, como ocorre agora com a proximidade da operação de capitalização da Petrobrás.
O chefe do departamento econômico da Fiesp, Paulo Francini, defende uma regulamentação firme do mercado futuro de câmbio, onde estrangeiros operam com mais intensidade, de modo a diminuir a volatilidade da taxa de câmbio, tornando a cotação mais realista à influência dos fluxos de entrada e saída de dólares do País. "A taxa de câmbio não pode ser resultado de um jogo meramente especulativo. O que estamos assistindo é uma assustadora perda de competitividade das nossas exportações", critica Francini.
Para o economista da Fiesp, a economia tem tripé econômico - câmbio flutuante, regimes de metas de inflação e política de superávits primários das contas dos setor público - mas as suas "pernas" podem ser mais bem reajustadas.
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