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Peso do mercado de câmbio futuro nas cotações do dólar preocupa

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Por Redação
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Um dos grandes desafios da economia brasileira é o excessivo peso do mercado de câmbio futuro sobre as cotações do dólar no mercado à vista. Essa avaliação existe dentro e fora do governo. As apostas especulativas do mercado futuro na visão de vários analistas estariam "contaminando" a cotação do dólar, com efeitos perversos para a economia real, a competitividade das exportações e as contas externas. Tem ganhado força a ideia de que é preciso fazer, com urgência, uma regulamentação do mercado futuro para frear movimentos especulativos. No Ministério da Fazenda, o assunto está em estudo, mas há a preocupação de não tratá-lo como se estivesse na iminência de ser resolvido.Ao contrário do que ocorre na maioria dos outros países, o mercado futuro de câmbio no Brasil é mais líquido do que o mercado à vista. Essa característica faz com que a cotação do dólar no mercado à vista seja bastante sensível às apostas feitas no segmento futuro. Muitas vezes, essas apostas ganham força ainda maior na direção da valorização do real com a expectativa de entrada maior de dólares no País, como ocorre agora com a proximidade da operação de capitalização da Petrobrás.O chefe do departamento econômico da Fiesp, Paulo Francini, defende uma regulamentação firme do mercado futuro de câmbio, onde estrangeiros operam com mais intensidade, de modo a diminuir a volatilidade da taxa de câmbio, tornando a cotação mais realista à influência dos fluxos de entrada e saída de dólares do País. "A taxa de câmbio não pode ser resultado de um jogo meramente especulativo. O que estamos assistindo é uma assustadora perda de competitividade das nossas exportações", critica Francini.Para o economista da Fiesp, a economia tem tripé econômico - câmbio flutuante, regimes de metas de inflação e política de superávits primários das contas dos setor público - mas as suas "pernas" podem ser mais bem reajustadas.

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