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Pesquisa aponta melhora do perfil empreendedor no País

Entre os entrevistados, 68% afirmaram ter entrado no mercado porque viram uma oportunidade  

Por Álvaro Campos e da Agência Estado
Atualização:

A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgada nesta terça-feira, 26, pelo Sebrae, mostra que a qualidade do empreendedorismo no Brasil melhorou em 2010. O estudo ouviu 2 mil empreendedores em todo o País no ano passado. Desse total, 68% afirmaram que resolveram entrar no mercado porque viram uma oportunidade e os outros 32% decidiram empreender por necessidade. "Existe uma série de características que mostram que a pessoa não empreende por sufoco, ela se prepara, planeja e vai para o mercado", afirmou o presidente nacional do Sebrae, Luiz Barreto.

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Segundo Eduardo Righi, diretor presidente do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), que participou da realização da pesquisa, "quando a pessoa empreende por oportunidade, a tendência de êxito é muito maior". A proporção dos empreendimentos por oportunidade ante por necessidade no Brasil (2,1 por 1) é superior a de alguns países desenvolvidos, como o Japão (1,8 por 1), e próxima da dos Estados Unidos (2,4 por 1). Em 2009, a relação no Brasil havia sido de 1,6 empresa criada por oportunidade por 1 surgida a partir de necessidade. Já em 2010, entre as empresas nascentes (com até três meses de existência), essa proporção foi de 3,1 por 1.A pesquisa GEM não diferencia empreendimentos formais ou informais, mas Barreto lembra que, em nove meses, o programa do Microeempreendedor Individual (MEI) formalizou 1 milhão de microempresários no País. "Isso é reflexo da estabilidade econômica, do crescimento do mercado interno, do aumento do tempo de permanência na escola. O País viveu em 2010 um ano excelente", comemorou o presidente do Sebrae. Ele aponta ainda que, quando a pessoa investe por oportunidade, na maioria das vezes o empreendimento é formal.

Inovação

Mas o empreendedor brasileiro ainda tem grandes desafios pela frente. Segundo Barreto, um dos aspectos que precisa ser aperfeiçoado é a questão da inovação. Dos empreendedores no País em 2010, apenas 16,8% afirmaram que seu produto é novo para todos ou alguns consumidores. "Em inovação, precisamos avançar muito. Nos Estados Unidos esse índice chega a quase 40%", afirma.

Barreto lembra ainda que as micro e pequenas empresas respondem por aproximadamente 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e colaboram com quase 50% dos postos de trabalho formais. Mas apenas 1% delas tem acesso aos mercados estrangeiros. "Nós temos que reforçar a ideia de um mercado global. Podemos avançar bastante na questão das exportações. A concorrência força o empreendedor a se qualificar", lembra.

Mulheres

Em 2010, 50,7% dos empreendedores brasileiros eram homens e 49,3%, mulheres. Apesar dessa relação ter diminuído em relação a 2009 (quando era de 47% homens e 53% mulheres), o Brasil é o segundo país onde as mulheres mais empreendem, perdendo apenas para Gana.Segundo a pesquisa GEM, há uma tendência indicando que as mulheres buscam alternativas de empreendimentos para completar a renda familiar. De acordo com a economista Gina Paladino, o empreendedorismo feminino está intimamente ligado ao aumento do número de mulheres que avançam na formação educacional de nível técnico e superior."A presença das mulheres está evoluindo nos pequenos negócios, nas empresas familiares e como profissionais liberais", comenta Gina em artigo anexado à pesquisa. Ela lembra que com a eleição da presidente Dilma Rousseff, "as empreendedoras brasileiras estarão atentas e com grande expectativa em relação a criativas ações governamentais". Já Barreto aponta que dos 1 milhão de trabalhadores formalizados pelo programa MEI, as duas principais profissões ligadas às mulheres são cabeleireira e vendedora de roupas.

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