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Pesquisa e risco de guerra perturbam mercado

Rumores de forte alta de Lula nas pesquisas dessa semana e o risco crescente de uma invasão norte-americana no Iraque perturbam os mercados. O clima entre os investidores hoje foi de pessimismo, com alta no dólar e juros e queda na Bolsa.

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado vive um dia agitado por boatos de pesquisas eleitorais, que mostrariam forte crescimento de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB/PMDB) estacionado em segundo lugar. Esses rumores somados a ameaça de uma guerra no Golfo Pérsico e a fragilidade da economia norte-americana deram um tom pessimista aos negócios. Os números das pesquisas que circulam pelas mesas de negócios estão assustando os investidores nessa reta final de campanha, indicando a possibilidade de Lula sair vitorioso já em primeiro turno. Além disso, há o temor de que Serra, o candidato preferido do mercado, tenha esgotado o seu potencial de crescimento e que possa até perder votos nessa fase de campanha, que deverá ser marcada por um provável bombardeio de denúncias envolvendo o seu nome. O Procurador da República no Distrito Federal Luiz Francisco Fernandes de Souza prometeu ingressar hoje na Justiça Federal com uma ação contra os empresários Ricardo Sérgio de Oliveira, Gregorio Marin Preciado e Vladimir Antônio Violi, que teriam "ligações políticas" com Serra. As incertezas do processo sucessório são agravadas pelo medo de uma guerra entre EUA e Iraque num momento em que a economia mundial se encontra enfraquecida. Esse temor foi reavivado na sexta-feira com a recusa de Saddam Husseim de aceitar a presença de inspetores da Organização das Nações Unidas (ONU) no país, uma das principais exigências feitas pelos EUA na quinta-feira passada na Assembléia Geral da ONU. Enquanto aguardam uma definição sobre o assunto, os investidores norte-americanos preferem se manter na defensiva. Também há forte expectativa com a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), na quinta-feira, em Osaka, no Japão, para definir cotas de produção. Em meio a tantas incertezas, o mercado deixou de lado a outra discussão da semana: a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece amanhã e quarta-feira. Entre os analistas não há consenso sobre as definições para a Selic, a taxa básica referencial de juros da economia, atualmente em 18% ao ano. Alguns acreditam que pode haver corte já que houve melhora em dados internos, como taxa de risco e balança comercial, por exemplo. Outros afirmam que o atual cenário internacional não permite uma frouxidão na política monetária. Mercado Às 15h, o dólar comercial estava sendo vendido a R$ 3,2120; em alta de 1,61% em relação às últimas operações de ontem. Ao longo do dia, o valor mínimo negociado foi de R$ 3,1740 e o máximo, de R$ 3,2150. Com o resultado apurado agora, o dólar acumula uma alta de 38,69% no ano e de 2,78% nos últimos 30 dias. No mercado de juros, os contratos de DI futuro com vencimento em janeiro de 2003 negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros pagavam taxas de 21,100% ao ano, frente a 20,450% ao ano ontem. Já os títulos com vencimento em julho de 2003 apresentam taxas de 24,200% ao ano, frente a 23,350% ao ano negociados ontem. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em queda de -2,82% em 9892 pontos e volume de negócios de cerca de R$ 204 milhões. Com o resultado de hoje, a Bolsa acumula uma baixa de 27,15% em 2002 e alta de 3,83% nos últimos 30 dias. Das 50 ações que compõem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa -, apenas quatro apresentaram alta. Em Nova York, o Dow Jones - Índice que mede a variação das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - apresenta alta de 0,10% (a 8321,3 pontos), e a Nasdaq - bolsa que negocia ações de empresas de alta tecnologia e informática em Nova York - cai 1,18% (a 1276,22 pontos). O euro opera em queda de 0,12%; sendo negociado a US$ 0,9706. Na Argentina, o índice Merval, da Bolsa de Valores de Buenos Aires, fechou em queda de 1,66% (380,94 pontos). Não deixe de ver no link abaixo as dicas de investimento, com as recomendações das principais instituições financeiras, incluindo indicações de carteira para as suas aplicações, de acordo com o perfil do investidor e prazo da aplicação. Confira ainda a tabela resumo financeiro com os principais dados do mercado.

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