19 de setembro de 2013 | 02h20
Os dados da atividade econômica comprovam que a visão pessimista de analistas sobre o ritmo do Produto Interno Bruto brasileiro não encontra respaldo na "realidade dos números", disse ontem o presidente do Banco do Central, Alexandre Tombini, no Congresso Nacional.
Embora admita que a inflação esteja em "patamares desconfortáveis", Tombini deu a entender que o banco continuará a elevar a taxa básica de juros para limitar a transmissão do efeito da desvalorização do real no aumento dos preços, o que contribuirá para que seja retomada a tendência de declínio para o centro da meta de 4,5%, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
"O Banco Central entende que o combate à inflação, entre outros benefícios, contribuirá para fortalecer a confiança de empresários e de consumidores na economia brasileira, condição necessária para a consolidação do crescimento para os próximos semestres em bases sustentáveis", afirmou.
Ao mesmo tempo em que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciou ontem a manutenção do programa de estímulos, Tombini afirmou que o País está preparado para essa transição.
Proteção cambial. O presidente do BC defendeu o programa diário de leilões de swap cambial e de venda de dólares com compromisso de recompra, que oferecerá no conjunto proteção cambial superior a US 100 bilhões. Segundo ele, com a previsibilidade trazida pelo programa anunciado em agosto pelo BC, o real teve valorização de quase 8% em relação ao dólar, sendo o destaque "positivo" em relação a outras moedas.
Tombini disse que usará os instrumentos necessários para reduzir a volatilidade excessiva durante a transição entre a situação atual e o momento futuro, quando houver redução dos estímulos do Fed e maior crescimento global e do comércio internacional.
Para Tombini, a retomada da economia americana terá efeitos positivos sobre a atividade doméstica. "O crescimento econômico brasileiro tem se materializado de forma gradual", repetiu aos parlamentares, depois de tecer elogios a programas federais, como a desoneração da folha de pagamento de alguns setores e a redução do preço da energia, que deram melhores condições de competitividade à indústria, segundo ele. O cenário traçado para os setores agrícolas e de serviços também são promissores, na visão do presidente do BC, apesar de o último se encontrar neste ano em ritmo menos intenso.
A autoridade monetária repetiu que a continuidade da expansão da atividade depende do fortalecimento da confiança das famílias e de empresários, que já vem mostrando recuperação recentemente, uma vez que o Brasil está no "topo" do crescimento mundial, com taxa anualizada de expansão acima de 6%, disse Tombini.
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