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Pessimismo impõe maior queda da Bovespa em 5 semanas

Sessão teve um giro financeiro de R$ 3,9 bilhões; bolsa refletiu a performance dos índices de Wall Street

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Por Redação
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Uma mistura de dados econômicos decepcionantes e ceticismo com a eficácia das iniciativas anticrise nos Estados Unidos encheram os investidores de pessimismo, fazendo a Bovespa fechar a terça-feira com forte desvalorização. Com queda de 4,44 %, segundo dados preliminares, o Ibovespa registrou a maior queda em cinco semanas, terminando o dia na casa dos 39.983 pontos. A sessão teve um giro financeiro de 3,9 bilhões de reais. Nos EUA, o Dow Jones fechou em queda de 3,79%, o S&P, de 4,56%, e Nasdaq, de 4,15%. Além das notícias da Europa, que também pesaram sobre o sistema financeiro norte-americano, as montadoras estiveram na berlinda, já que hoje termina o prazo para que GM e Chrysler apresentem ao governo seu plano de reestruturação para terem acesso a recursos públicos. Veja também: De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise   Até o momento, a GM aceitou US$ 13,4 bilhões em empréstimos do governo e a Chrysler, US$ 4 bilhões. O caso mais grave é o da GM, que até teria recebido o conselho do governo de considerar a possibilidade de uma concordata. As ações da empresa estiveram entre as maiores quedas, com -12,80%. Da safra de indicadores, o de atividade industrial Empire State, do Federal Reserve Bank de Nova York, divulgado hoje foi mais um ponto de mau humor. O índice recuou para -34,65 em fevereiro, um nível recorde de baixa, ficando bem abaixo do patamar de -22,20 registrado em janeiro. O recorde anterior, de dezembro, foi de -27,88. A bolsa paulista refletiu a performance dos principais índices de Wall Street, que caíram para os menores níveis desde meados de novembro, arrastados pelas ações de bancos, de montadoras de veículos e de empresas de energia. A derrocada na cotação do barril do petróleo, aliás, empurrou a blue chip Petrobras para um tombo de 5 %, a 26,52 reais. Vale, também refletindo a queda das matérias-primas, mergulhou 5,4 %, a 29,26 reais. A Moody's alertou que pode rebaixar os ratings dos bancos da Europa Ocidental mais expostos no Centro e Leste Europeu porque estas regiões enfrentam uma desaceleração econômica ainda mais profunda. Segundo a agência de classificação de risco, bancos na Áustria, Itália, França, Bélgica, Alemanha e Suécia representam 84% de todos os empréstimos bancários no centro e no Leste Europeu, sendo que o sistema financeiro austríaco tem quase a metade da exposição. Segundo a Dow Jones, os bancos da zona do euro têm US$ 1,3 trilhão em exposição de crédito na região, valor equivalente ao do mercado norte-americano de hipotecas subprime. O alerta teve efeitobomba sobre as ações na Europa: em Londres, o índice FT-100 caiu 2,43%; em Paris, o índice CAC-40 recuou 2,94%; em Frankfurt, o índice Xetra-Dax perdeu 3,44%. Também as siderúrgicas tiveram um pregão péssimo hoje, ao redor do globo, diante dos temores cada vez mais certos de encolhimento da demanda. A notícia de que a China não vai aceitar preços diferentes para o nosso minério de ferro e o da Austrália por causa das taxas de frete, como ocorreu no ano passado, ainda foi citado no Brasil para justificar as perdas fortes das ações da Vale. A mineradora doméstica recuou 6,57% na ação ON - a segunda maior baixa do índice - e 6,02% na PNA. Estes papéis, ao lado de Petrobrás, também concentraram as ordens de vendas de investidores estrangeiros, que deixaram o País em busca de ativos menos arriscados, como o ouro. Petrobrás ON cedeu 5,66% e PN, 5,44%. Na Nymex, o contrato para março do petróleo perdeu 6,88%, a US$ 34,93. A Petrobrás deve assinar na quinta-feira um acordo com a China para receber um empréstimo de US$ 10 bilhões. Nesta quarta-feira, a Bovespa passará por mais um exercício, de vencimento de contratos de índice futuro e de opções sobre Ibovespa. Vários analistas destacaram que o vencimento foi preponderante para impedir uma queda ainda maior da Bolsa doméstica.

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