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Pessoa física aplica em ações pelo fracionário

Internet mostra a investidores importância do mercado fracionário da Bovespa. Rede atrai investidor pessoa física. Aumento de demanda nesse segmento diminui diferença de preço entre ações.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Internet mostrou aos investidores a importância do mercado fracionário de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A rede mundial de computadores atraiu as pessoas físicas, que acabam muitas vezes operando no fracionário, devido ao alto preço dos lotes padrões do mercado à vista. Os lotes existem nas Bolsas de todo o mundo e são uma forma de disciplinar as negociações. "Todos os agentes do mercado têm de falar a mesma língua. Quando os operadores apresentam ofertas para uma empresa, sabe-se que os preços são para a mesma quantidade de ações", disse o superintendente-executivo de Operações da Bovespa, Ricardo Nogueira. O problema é que alguns lotes são caros para quem quer aplicar pouco. Se o investidor quiser comprar um único lote de AmBev, por exemplo, terá de gastar R$ 4,2 mil. No caso da Petrobras, o valor é de R$ 3,9 mil. Os investidores que não dispõem de recursos suficientes para adquirir os lotes inteiros podem comprar apenas partes deles - o que constitui o mercado fracionário. Esse segmento também é útil para as pessoas que receberam ações de telecomunicação, ao comprarem um aparelho de telefone, mas que não possuem quantidade suficiente para formar um lote. Para Gregorio Mancebo Rodriguez, vice-presidente da Associação Nacional dos Investidores do Mercado de Capitais (Animec) e gerente da Socopa Corretora, além do preço alto das ações, um fator de dificuldade para o pequeno investidor é a diversidade de tamanho dos lotes. Existem lotes que agregam de 100 a 100 mil papéis, dependendo da empresa. O aumento da demanda pelo fracionário diminuiu a diferença de preço entre as ações deste segmento e as do mercado à vista, segundo Nogueira. Ele explicou que há alguns anos o preço das frações era mais baixo. Devido à pequena quantidade de investidores no fracionário, os lotes quebrados eram vendidos a um preço menor do que no mercado à vista. "Hoje os valores são bem próximos." O analista-chefe da Itaú Corretora, Reginaldo Alexandre, disse que o tamanho do lote padrão é um limitador de negócios. Para ele, as empresas deveriam se preocupar em diminuir os lotes, por meio de splits (divisões), para atrair os investidores com menor poder aquisitivo, que hoje compram por meio do fracionário ou de fundos e clubes de investimento. "O ideal é a ação ter um valor unitário baixo, com um lote padrão pequeno." Segundo ele, Telesp Celular e Embratel são exemplos de papéis mais acessíveis. "Para as empresas, quanto maior a base de acionistas, maior a negociabilidade do papel", acrescentou Rodriguez, da Animec. Apesar da utilidade do fracionário, esse mercado ainda apresenta um volume financeiro baixo. De janeiro a setembro de 2002, o giro foi de R$ 134,960 milhões, o que corresponde a 0,14% do total da Bolsa. Segundo Nogueira, mesmo com o movimento fraco, o es paço do fracionário está garantido. "Sempre haverá frações de lotes, que precisam ter um ambiente de negociação."

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