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Petrobras abre licitação para construção de plataformas

A Petrobras iniciou hoje o processo de licitação para a construção das plataformas P-51 e P-52, que deve representar contratos de US$ 1 bilhão

Por Agencia Estado
Atualização:

A Petrobras iniciou hoje o processo de licitação para a construção das plataformas P-51 e P-52, que deve representar contratos de US$ 1 bilhão. Oficialmente, a estatal informa que 50% das empresas concorrentes para a obra têm representação nacional. A Agência Estado teve acesso, porém, a uma listagem oficiosa que indica que apenas dez empresas receberam carta-convite para a licitação e entre elas há apenas uma nacional - a Construtora Norberto Odebrecht. A construção das duas plataformas foi alvo de polêmica nos últimos meses na campanha eleitoral para a Presidência, porque detalhes dos projetos poderiam dificultar a construção no País. O diretor de Exploração e Produção Sul-Sudeste da estatal, Carlos Tadeu da Costa Fraga, disse que a licitação não vai privilegiar o conteúdo nacional do projeto, como queriam os estaleiros. "Serão considerados os eventuais benefícios decorrentes de financiamento direto à Petrobras que venha a ser proporcionado pelo proponente". afirmou. Isso significa, segundo o diretor, que a estatal repassa para o governo a responsabilidade de favorecer as empresas nacionais. "Existem órgãos do governo que poderiam criar linhas de financiamento para a construção das plataformas", explicou Fraga, sem entrar em detalhes, mas fazendo referência direta ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O diretor-geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Eduardo Rappel, disse que a proposta de licitação da Petrobras atende ao reivindicado pela entidade. "É reconhecido por todos que o custo de capital no Brasil não é competitivo. Enquanto um fornecedor brasileiro oferecerá um financiamento a uma taxa de, no mínimo 12% ao ano, uma empresa americana poderá trabalhar com uma taxa de 1,5% e o fornecedor japonês com 0% ao ano. A nossa expectativa é de que o próximo governo utilize o BNDES neste processo garantindo uma linha competitiva para que a obra possa ficar no Brasil, uma vez que temos capacitação técnica para isso", explicou. Produção As plataformas semi-submersíveis serão instaladas na Bacia de Campos, nos campos gigantes de Marlim Sul e Roncador. A previsão é de que elas estejam operando no segundo semestre de 2005, com capacidade de produzir 180 mil barris de petróleo por dia. Segundo comunicado oficial da estatal, as duas plataformas serão contratadas por meio de três licitações simultâneas e complementares: uma para a construção dos módulos de geração de energia elétrica, outra para a construção dos módulos de compressão de gás e uma terceira para a construção do casco e das instalações de produção. Esta última corresponde à maior parte da obra. Entre as empresas convidadas para a concorrência estão também o Grupo Fels-Setal, formado pela joint venture entre a Keppel Fels, de Cingapura e a construtora paulista Pem-Setal, que administra o estaleiro Verolme, em Angra dos Reis. "Ainda estamos aguardando o detalhamento do projeto para verificar as condições de fazer parte das obras no País. Nossa intenção seria fazer todo o projeto aqui", disse o diretor da Pem-Setal, Augusto Mendonça. Ele já havia adiantado que os investimentos que o estaleiro vem realizando em suas instalações em Angra dos Reis o capacitam para fazer a maior parte da obra no País. As demais convidadas, segundo lista extra-oficial, seriam as coreanas Samsung, Daewoo e Hyundai (as duas últimas responsáveis pela construção de cinco plataformas semelhantes ao projeto da P-51 e P-52 no mundo), a norueguesa Akker Kvaerner (responsável pela elaboração do projeto das plataformas), a americana Technip, a sueca Asea Brown Boveri (ABB), a espanhola ISA e a Jurong Shipard, de Cingapura, que já venceu a concorrência para a conversão do navio Felipe Camarão na P-50.

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