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Petrobras adia mais uma vez licitação de plataformas

Por Agencia Estado
Atualização:

A Petrobras adiou pela segunda vez a licitação para a construção das plataformas de produção de petróleo P-51 e P-52 e anunciou que vai alterar os editais para conferir maiores "condições de participação da indústria nacional". A encomenda prevê investimentos de até US$ 1 bilhão, com a geração de 20 mil empregos, e era criticada por privilegiar os concorrentes internacionais. A licitação foi adiada pela primeira vez no final do ano, ainda sob o governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo o novo cronograma proposto à época, os envelopes com os preços para o primeiro dos três pacotes da encomenda seriam entregues amanhã. Hoje, porém, a empresa anunciou que vai reavaliar o edital e que em duas semanas vai divulgar as novas condições. A empresa informou, em nota divulgada à imprensa, que vai manter a competitividade internacional na licitação. A encomenda das plataformas foi tema da campanha petista à presidência e motivo de polêmica entre o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva e Francisco Gros, que ocupava a presidência da Petrobras. Lula chegou a gravar um programa eleitoral no estaleiro Verolme, condenando a encomenda de obras deste porte no exterior. "É uma promessa de campanha. O governo tem que mudar o edital da licitação e dar mais chance à indústria nacional", cobra secretário de energia, indústria naval e petróleo do Rio, Wagner Victer. Ele enviou um ofício ao ministério de Minas e Energia apresentando sugestões para mudanças no edital. Uma das propostas é incluir um compromisso mínimo de compras no País, que poderia chegar a 60% para a construção do casco e montagem dos módulos no Brasil, atividades que geram mais empregos. Os módulos de energia e compressão não têm fabricantes nacionais e portanto tem que ser comprados no exterior. Mas, segundo Victer, podem ser montados no Brasil. A Petrobras informou que vai "empenhar-se ao máximo para que tal adiamento não tenha reflexo quanto à data de início de funcionamento das unidades, previsto para março de 2006". As duas plataformas vão produzir petróleo nos campos de Marlim Sul e Roncador, ambos na Bacia de Campos.

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