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Petrobras ainda não foi procurada na Bolívia

Ainda não foram enviadas autoridades do governo para explicar à estatal brasileira como ficarão os trabalhos após a nacionalização

Por Agencia Estado
Atualização:

Nenhuma autoridade boliviana procurou a direção da Petrobras na Bolívia para explicar como serão os procedimentos ou reiniciar negociações, após o anúncio feito pelo presidente Evo Morales de que as reservas de gás controladas pela brasileira no país seriam nacionalizadas pelo governo local. O presidente da estatal no país, José Fernando de Freitas, disse nesta terça-feira que a estatal brasileira deve emitir nota à tarde detalhando a estratégia a ser tomada. "Prefiro não entrar em detalhes sobre avaliação da nacionalização decretada pelo governo boliviano", disse. O executivo, que participa das conversas com o governo boliviano, também não informou desde quando as conversações foram novamente interrompidas. Há cerca de dez dias, ele havia comentado que a esperada regulamentação do decreto não marcaria o fim das negociações. "Pelo contrário, a partir daí é que esperamos começar a rodada definitiva de negociações", disse ao Estado, na ocasião. Até então, o governo boliviano acenava com um tratamento de excepcionalidade para a estatal brasileira, responsável por mais da metade da produção de gás no país. Freitas afirmou que a Petrobras ainda está "avaliando internamente" os efeitos da medida, já classificada pelo presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, de "unilateral e não amistosa". Ocupação discreta "Por enquanto, está tudo normal. Independentemente de juízo de valor, a presença das Forças Armadas é muito discreta e não houve nenhuma interferência operacional", explicou Freitas. O presidente da estatal na Bolívia explicou que as operações seguem normalmente, mesmo depois da ocupação das Forças Armadas nas 53 instalações controladas por multinacionais no país. Segundo Freitas, somente no campo de San Antonio a produção é inferior ao normal, mas por problemas técnicos, devido ao acidente do mês passado, provocado pelas chuvas. "Esse campo já produziu 13 milhões de metros cúbicos por dia e hoje sua capacidade está em 11 milhões. Mas, isso nada teve a ver com a nacionalização", explicou.

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