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Petrobras ampliará investimentos para produzir gás no ES

Segundo o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, a intenção ainda é de retardar a exploração do mesmo produto na Bacia de Santos

Por Agencia Estado
Atualização:

A Petrobras ampliará os investimentos para a produção de gás natural na Bacia do Espírito Santo e retardar a exploração do mesmo produto na Bacia de Santos, especialmente no campo de mexilhão. Em palestra na Câmara Britânica de Comércio, encerrada nesta segunda-feira, o presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, disse que esse redirecionamento resulta de novas descobertas da empresa na bacia capixaba. Além disso, a empresa tem dificuldades para afretar navios para lançamento de cabos necessários à exploração do gás natural em Santos. "São poucos navios no mundo que fazem esse trabalho (lançamento de cabos em águas profundas) e a Petrobras só está conseguindo afretar navio para Santos, para o segundo semestre de 2008", complementou Gabrielli em entrevista à imprensa logo após a palestra. Gabrielli estimou um acréscimo na produção na bacia capixaba de 16,7 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural nos próximos dois anos. Além disso, ele prevê mais seis milhões de metros cúbicos ao dia na Bacia de Campos, localizada em litoral capixaba. Outros 1,5 milhão de metros cúbicos por dia virão da Bacia de Santos. O presidente da Petrobras explicou que para escoar a produção adicional do Espírito Santo a estatal terá dera construir um terceiro gasoduto ligando aquele Estado ao Rio de Janeiro, na refinaria de Reduc. A partir daí, esse gás poderá ser transportado para São Paulo em outro gasoduto da estatal que faz a ligação Rio de Janeiro-Campinas. O gasoduto deverá estar concluído até o final do ano. Abastecimento Indagado sobre o abastecimento de gás natural para o Nordeste, Gabrielli foi evasivo, ressaltando apenas que isso só deverá ocorrer a partir de 2009. "Isso vai depender do gasoduto Gasene ficar pronto. Esse gasoduto deve utilizar o gás que será produzido em mexilhão, na Bacia de Santos", complementou. O presidente da Petrobras disse que a empresa já faz cotação no mercado internacional para contratar uma nova unidade FPSO para a bacia capixaba, visando ao aumento na produção de gás. Acréscimo Gabrielli previu ainda que nos próximos dois anos o Brasil terá acréscimo de mais 24 milhões de metros cúbicos diários na produção de gás natural. Ele observou que esse volume é praticamente igual ao total importado pelo Brasil da Bolívia atualmente. "Em dois anos atingiremos a auto-suficiência na produção de gás natural" enfatizou. A estimativa da empresa é investir em torno de US$ 11 bilhões a cada ano, nos próximos cinco anos. Gabrielli ressaltou que a estatal está trabalha simultaneamente em diversos projetos para ampliar a oferta de gás no mercado interno. Além da produção interna, a Petrobras avalia a possibilidade de afretar duas unidades de reigaseificação do gás natural. Uma dessas unidades, com capacidade entre 12 a 14 milhões de metros cúbicos diários seria instalada no Rio de Janeiro. Uma segunda unidade, com capacidade para seis milhões de metros cúbicos ao dia seria para o Ceará. E há uma terceira unidade, ainda possível, para a região Sul brasileira. Como alternativa a empresa analisa a redução do consumo de gás natural nas atuais refinarias. Gabrielli estimou que esse consumo pode atingir até seis milhões de metros cúbicos diários e parte disso poderia ser substituído pelo uso de óleo combustível. "Isso depende também de autorizações ambientais", ressalvou. Petróleo A Petrobras registrará um acréscimo na produção de petróleo em torno de 560 mil barris diários em 2007, segundo afirmou Gabrielli. Será o maior na produção em um só exercício, superando os 260 mil barris diários estimados para 2006. Gabrielli afirmou que a Petrobras tem hoje a sétima posição entre as petroleiras negociadas em Bolsa de Valores, em termos de volume de reservas de petróleo, superando outras empresas tradicionais, como a Shell. Ele prevê que a empresa continuará investindo fortemente nos próximos anos basicamente por meio de geração interna de recursos, sem precisar de novos financiamentos ou aporte por parte dos acionistas.

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