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Petrobras anuncia que gás importado da Bolívia subirá 11%

De acordo com o presidente da estatal, o reajuste faz parte de um aumento normal do contrato atual com a empresa e não é resultado ainda da exigência da Bolívia de uma elevação mais acentuada do preço do produto

Por Agencia Estado
Atualização:

O preço do gás importado da Bolívia vai subir 11%, disse o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, em entrevista coletiva em Amsterdã. De acordo com Gabrielli, o reajuste faz parte de um aumento normal do contrato atual com a empresa e não é resultado ainda da exigência da Bolívia de uma elevação mais acentuada do preço do produto. A Petrobras paga hoje US$ 3,50 por milhão de BTU pelo gás daquele país, segundo Gabrielli. A companhia tem um contrato com a Bolívia para comprar até 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia, que é válido até 2019. Desse total, 80% vai para o Estado de São Paulo O preço do gás no contrato é ajustado trimestralmente de acordo com uma cesta de óleos combustíveis. O próximo aumento está marcado para julho. O governo boliviano exige um aumento muito maior do preço do que o previsto no contrato, para colocá-lo em linha com as cotações nos mercados internacionais. A Bolívia fornece atualmente 26 milhões de metros cúbicos de gás por dia para o Brasil. Aumento de produção Gabrielli aproveitou a ocasião para qualificar como "remota" e "quase impossível" a possibilidade de que o Brasil deixe de importar gás boliviano no futuro, mesmo depois das medidas de nacionalização energética colocadas em prática pelo governo daquele país no dia 1º de maio. No entanto, Gabrielli especificou que, se essa situação chegar a acontecer, a alternativa para o Brasil seria o aumento da produção interna de gás, especialmente no Espírito Santo. Além disso, o presidente da Petrobras disse que a nacionalização energética na Bolívia "já tinha sido aprovada pelo governo anterior" e que Morales só "decidiu aplicar a lei". Embora Gabrielli não tenha se aventurado a qualificar as negociações da Petrobras com a Bolívia como otimistas, ele se mostrou conformado com que, pelo menos, as conversas estejam avançando. Demanda O chefe da estatal brasileira destacou a importância do gás como fonte de energia no Brasil, cuja demanda "cresce muito rápido", e se espera que aumente dos atuais 42 milhões de metros cúbicos por dia aos 100 milhões de metros cúbicos diários até 2010. Gabrielli também ressaltou a "importância das fontes de energia renováveis no futuro" e se mostrou convencido de que o Brasil desempenhará um papel importante na produção das mesmas. Sobre isso, opinou que o futuro das energias renováveis passa pela remoção das barreiras européias à importação procedente de países latino-americanos. A Conferência Mundial do Gás, organizada pela União Internacional do Gás, é realizada a cada três anos para que seus agentes internacionais mais importantes discutam sobre o futuro dessa indústria.

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