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Petrobrás atrai fornecedores da Ásia

Parceria entre BNDES e bancos internacionais poderá financiar investimentos na fabricação de equipamentos

Por Kelly Lima
Atualização:

Uma parceria entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e bancos de fomento do Japão, de Cingapura e da Coreia do Sul está sendo estudada para financiar investidores desses países interessados na fabricação de equipamentos para a indústria de petróleo e gás natural no Brasil. A informação foi dada pelo diretor financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, que esteve em missão comercial nesses países por 10 dias, em abril. Ao lado do diretor de serviços da Petrobrás, Renato Duque, outros três técnicos da empresa, representantes do BNDES e da OGX, braço para o setor de petróleo dentro do Grupo EBX, de Eike Batista. Apesar de bem menor que a Petrobrás, a OGX tem uma robusta carteira de encomendas programada para os próximos cinco anos no Brasil, por conta dos investimentos para desenvolver os 21 blocos adquiridos nos últimos dois anos. Segundo Barbassa, os detalhes da parceria ainda não foram concluídos, mas a demanda elevada já seria, por si só, um excelente atrativo para as empresas estrangeiras, diante do esvaziamento dos estaleiros e suspensão de encomendas internacionais com a crise. "Quem hoje no mundo tem uma carteira de investimentos tão forte quanto o Brasil (US$ 174,4 bilhões entre 2009 e 2013)", indaga Duque, destacando que a Petrobrás é a maior compradora do setor. Além disso, garante, será adotada a estratégia de elevar o conteúdo nacional. "Vamos adotar sistematicamente a obrigatoriedade de que certos equipamentos sejam construídos no País. A ideia é que os preços caiam gradativamente na construção em série desses equipamentos". Algumas empresas, segundo os diretores da estatal, já se anteciparam às encomendas e estão anunciando seus investimentos no País. É o caso da STX, fabricante coreana de motores para navios de grande porte que já havia comprado a parte de tecnologia da norueguesa Aker no País e agora pretende instalar uma unidade brasileira de fabricação de motores. "Com uma fábrica aqui já dá para exigir que o motor seja construído em território nacional. Outras virão certamente", disse Duque. Ele revelou que a STX chegou a argumentar que para vir ao Brasil teria que ter uma encomenda de pelo menos 200 motores garantida por um determinado período. Diante da carteira de encomendas prevista pela Petrobrás no Plano de Negócios para até 2013, onde constam inicialmente 250 motores, decidiu-se garantir seu lugar por aqui, antes que outro concorrente o faça. Entre os estaleiros também há uma corrida por novas áreas no País. O Jurong, de Cingapura, que tinha uma parceria com o estaleiro Mauá, de Niterói, desfeita há um ano, vai construir uma unidade no Espírito Santo. Também de Cingapura, o Kepel Fels, que já possui o estaleiro Brasfels em Angra dos Reis, está pronto para erguer sua unidade no Rio Grande do Sul. Além destes, Hyundai e Samsung - este último já com participação de 10% no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Pernambuco, estão interessados no País.

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